Mês: setembro 2024

  • Vasos para Orquídeas: Dicas Essenciais para Prolongar a Vida das Suas Plantas

    Vasos para Orquídeas: Dicas Essenciais para Prolongar a Vida das Suas Plantas

    Aprenda a selecionar o vaso adequado e cuide das raízes para manter suas orquídeas sempre exuberantes.

    Parece um mero item, mas utilizar o vaso apropriado ao tipo de orquídea pode significar vida longa às diversas variedades. Se a saúde das orquidáceas é visível em relação à beleza e ao colorido das flores ou ausência de pragas, pode-se apostar que o recipiente em que elas estão inseridas também contribui para este efeito.

    A regra básica de sobrevivência delas é se fixar em algo.

    De acordo com Reinaldo Ilaci, orquidófilo e proprietário do Orquidário Paulista, em São Paulo, SP, a raiz funciona como demarcação e conquista de território. Quando a orquídea está enraizada no tronco da árvore, não tem a pretensão de sugar nada da árvore, apenas a necessidade de suporte. Por esse motivo, o orquidófilo insiste na atenção com o sistema radicular. “Se forem usados vasos muito grandes para plantas com raízes pequenas, demandará energia demasiada para se prender. Com o desgaste, ela pode não conseguir sobreviver”, explica.

    Para as que possuem essas estruturas maiores, o vaso deve ser mais profundo e comportá-las com bastante espaço. Sendo assim, os recipientes rasos são adequados para as de raízes menores e finas, como as representantes do Bulbophyllum.

    As principais diferenças entre as peças estão no tamanho (altura e largura), tipos de furo (para escoamento da água e ventilação) e material.

    O primeiro passo a ser levado em consideração é o porte do exemplar que pretende-se plantar. “A função de cada vaso é bem prática: quanto menos furos possuir, menos água a planta deverá receber, já que o escoamento será mais demorado. Para os que têm bastante furos, deve-se acrescentar mais água, pois levará menos tempo para escoar”, explica a orquidófila Katia Almeida, do Orquidário Morumby, na capital paulista. Não há erro e nem segredos para escolher o tipo de material. Os de plástico mantêm bastante a umidade, enquanto os de barro também cumprem esta função, mas liberam a água aos poucos. Na realidade, não existe uma regra específica, antes, deve-se pensar no desenvolvimento da planta. Por exemplo, Phalaenopsis e Paphiopedilum podem ser dispostos nos de plástico transparente, enquanto algumas Cattleya preferem o cerâmico. Já os de formato de cuia, recebem bem Coelogyne e Dendrobium. O vazado é melhor para Dracula e Stanhopea, e o preto de plástico é recomendado para a maioria, como Laelia, Oncidium e Vanda. Segundo Ilaci, o ambiente em que o vaso está inserido também é muito importante e merece uma atenção especial. “A questão térmica deve ser lembrada. Os de barro, por exemplo, retêm pouco calor e, por isso, são os mais indicados”, afirma.

    Para Katia, vasos são como roupas, por isso, é natural a preocupação estética. Assim, se quiser um efeito decorativo, o uso de cachepôs esmaltados, por exemplo, pode servir para esconder modelos cerâmicos ou plásticos. “Lembre-se de que não é indicado plantar diretamente nestes tipos esmaltados, mesmo que haja furos”, frisa a especialista. “Os recipientes têm a função de oferecer as melhores condições possíveis às plantas ou, pelo menos, as semelhantes encontradas na natureza.”

    Fique atento à manutenção. É comum taxar o crescimento de limo em vasos cerâmicos como um charme à parte, porém, é necessário limpar sempre que notar a coloração verde, uma vez que atrai pragas. Geralmente, o momento adequado para realizar a troca de substratos acontece depois de três anos (para espécies com crescimento vertical).

    Texto Amanda Costa Fotos [1] Antonio Di Ciommo, [2] Gui Morelli [3] Hamilton Penna e [4] Tatiana Villa

  • Como Cultivar Flores Comestíveis e Usar em Pratos Gourmet com Hidroponia

    Como Cultivar Flores Comestíveis e Usar em Pratos Gourmet com Hidroponia

    Aprenda a cultivar flores comestíveis usando hidroponia e descubra como adicioná-las em receitas gourmet.

    Opções não faltam: há ramalhetes à venda em feiras e até supermercados. Porém, como nem todas as espécies podem ser usadas para fins gastronômicos, se quiser aderir à tendência gourmet “compre em lojas especializadas, hortifrútis ou plante você mesmo”, sugere o gerente de desenvolvimento de produtos da Isla Sementes.

    Uma boa técnica é o cultivo hidropônico, que dispensa a terra. A engenheira agrônoma Adriane da Cruz Baccaro, responsável técnica da Boutin Campo & Jardim, explica que, na hidroponia, os nutrientes são fornecidos por meio de uma solução com nitrogênio, fósforo, potássio e micronutrientes dissolvidos na forma de sais.

    SISTEMA NFT
    Adriane afirma que, para a produção das flores comestíveis, o sistema hidropônico recomendado, via de regra, é o NFT (nutrient film technique): técnica de cultivo em água no qual as plantas crescem com seu sistema radicular dentro de um canal ou canaleta, por meio do qual circula uma solução nutritiva. Este é composto por bancadas com perfis (TP58) para germinação e perfis para crescimento final (TP75, R80 e TP90). A última deve conter de 14 a 16 perfis, com 10 a 25 cm entre os perfis e 10 a 25 cm entre as plantas, sendo 1,68 m de largura por 12 a 14 m de comprimento.

    Respeitar o espaço é importante, pois o cultivo adensado é um dos fatores que levam à incidência de doenças causadas por fungos e bactérias. A condutividade elétrica, oxigenação e o pH também devem ser monitorados e, quando necessário, controlados durante todo o ciclo de vida.

    “O fornecimento de nutrientes deve ser feito com fertilizantes compostos de NPK, com ajustes nas doses de boro (B), cálcio (Ca) e potássio (K) na fase de floração. Para isso, pode utilizar o fertilizante Maxigro®, na fase vegetativa, e o Maxibloom®, da General Hydroponics, na floração”, cita a engenheira.

    SEM TERRA
    “Se as culturas não entram em contato com contaminantes dos solos, como bactérias, fungos, lesmas, insetos e vermes, diminui a necessidade de pulverizações”, explica Adriane. Quando não for possível evitá-las, como para controle de infestações, ela sugere produtos biológicos ou orgânicos. “Se nem estes bastarem, escolha os químicos menos tóxicos e respeite os prazos de carência”, ensina.

    Em relação às pragas, como ácaro vermelho, pulgões, thrips, moscas brancas e lagartas, vale inspecionar as mudas, rejeitando as infestadas; utilizar armadilhas feitas de garrafas plásticas contendo líquido açucarado e inseticida natural; e usar papéis adesivos para controlar thrips. Já para combater os insetos infestantes do sistema hidropônico, recomenda-se aplicar o inseticida natural óleo de neem via pulverização.

    A engenheira destaca que “a uniformidade genética, com apenas uma ou duas espécies, é um dos fatores que levam a doenças”. Por isso, aposte em uma horta variada, evitando sementes de origem duvidosa e mudas criadas com terra. “Se utilizá-las, lave e retire toda terra antes de migrar para o sistema hidropônico”, reforça a especialista da Boutin.

    A linha Topseed Garden, por exemplo, tem uma série de opções de flores comestíveis, como amor-perfeito, boca-de-leão, tagetes, capuchinhas, entre outras. As flores e folhas sortidas da capuchinha-anã, por exemplo, têm sabor apimentado, sendo um belo ingrediente para saladas.

    Geralmente feitos em espaços protegidos, plantios hidropônicos sofrem menos com as intempéries, o que colabora para o aproveitamento do cultivo. A bióloga Gabi Pastro, da Hortas e Saberes, explica que a melhor maneira de fazer a colheita é retirar o pendão floral inteiro, “pegando mais ou menos a três nós (ramificações) abaixo dos pendões”. Na hora de higienizar, lembre-se que são muito sensíveis. “Colha com cuidado, retire manualmente possíveis insetos e deixe-as em imersão por, no máximo, cinco minutos, em uma solução de água e sal (para cada 500 ml de água utilize uma colher (de chá) de sal). Seque com toalha de papel antes de consumi-las”, ensina a bióloga.

    Nunca comeu flores? Experimente antes de começar uma horta. A Fazenda Maria comercializa as flores prontas para preparos gourmet, disponíveis em embalagens pequenas e grandes, com boas opções de mix de espécies. Porém, lá o cultivo é feito de forma natural, pois a empresária Deborah Gaiotto explica que nem todas as flores gostam de hidroponia. “As que se desenvolveram bem na estufa hidropônica foram capuchinha, borboletinha e Stellas”, relata. Vale destacar que, como são cultivadas como alimento, os produtores preocupam-se em preservar os sabores e aromas das flores.

    FERTILIZANTES
    Os fertilizantes hidropônicos devem conter todo o espectro de elementos necessários, sendo uma fonte robusta e completa de nutrientes para todos os tipos de plantas. A engenheira destaca os da marca General Hydroponics, que fornecem quantidades ideais e equilibradas em todos os estágios de desenvolvimento de diferentes espécies.

    “Para o cultivo profissional ou doméstico de flores comestíveis, recomenda-se o Floragro® + Floramicro® ou Maxigro®, juntamente com o enraizador Rapid Start® na fase de crescimento das plantas. No florescimento, use o Florabloom® + Floramicro® ou Maxibloom®, todos totalmente solúveis em água e com alto aproveitamento.

    Para potencializar a palatabilidade e a coloração das flores indica-se Koolbloom líquido®, na fase inicial da floração, e Koolbloom pó® na final, para aumentar a concentração de óleos essenciais. Todos os produtos são registrados no Ministério da Agricultura”, indica a engenheira.

    Texto Amanda Agutili