Descubra como cultivar orquídeas de forma invertida, economizando espaço e facilitando o cuidado das plantas.
O número de interessados em cultivar orquídeas cresce com frequência, mas um dos motivos para desistirem de iniciar uma coleção é a falta de espaço. A solução, proposta pelo orquidófilo Roberto Trummer, de Joinville, SC, é plantar os exemplares de forma invertida, ou seja, no fundo e do lado de fora do vaso. Assim, é possível fixá-lo no teto. Ficou na dúvida? Confira, então, as principais vantagens: “Os vasos ficam mais leves, a localização e identificação de pragas são facilitadas e as raízes ficam livres, antecipando o desenvolvimento da planta”, explica.
Normalmente, o procedimento é feito com Laelia, Cattleya, Dendrobium, Phalaenopsis, Oncidium e Miltonia. Mas Trummer afirma que é possível realizar o plantio com qualquer espécie epífita.
Esta forma de plantio dispensa o substrato. Pode parecer curioso, mas o orquidófilo prova que as orquídeas não sentem falta. “Basta adubar a cada três meses e regar diariamente para obter sucesso”, diz.
Que tal aprender agora mesmo?
VOCÊ VAI PRECISAR DE:
Vaso de cerâmica, furadeira, alicate, broca de número 6, três arames de cobre com tamanho variando de 30 a 40 cm, fios de náilon e amarrilhos finos.
VAMOS LÁ…
Trummer recomenda usar os vasos de cerâmica que já possuem furos próprios para o cultivo de orquídeas. Caso não encontre, faça furos variados nos fundos e três nas laterais com a furadeira e a broca de número 6.
Com tudo pronto, é hora de preparar a sustentação. “Geralmente compro arames de cobre que já estão cortados. Utilizo sempre o mesmo tamanho para que as orquídeas fiquem na mesma altura”, explica. Passe um fio de arame em cada orifício lateral e acrescente um amarrilho em cada ponta para suportar o peso (1). Torça as pontas do arame com um alicate e prenda o vaso no teto (2). Lembre-se de que o vaso deve ficar de cabeça para baixo e calcule um espaço disponível entre o teto e o vaso para a planta crescer livremente.
O próximo passo é iniciar o plantio. Coloque a muda em uma das extremidades do vaso (3) e passe um fio de náilon entre os furos para fixar o bulbo (4). O mais indicado é realizar este procedimento logo após a floração.
A partir daí, entram em cena duas etapas fundamentais (ainda mais quando não há substrato) para o desenvolvimento da orquídea: rega e adubação (5). “Costumo usar adubo foliar e bokashi a cada três meses”, recomenda o orquidófilo. A frequência da rega depende do clima da região, mas é indicado hidratar diariamente quando há períodos de seca. Observe o exemplar constantemente para avaliar se ele precisa de mais água.
Com todos os passos realizados, é hora de esperar o desenvolvimento. Segundo Trummer, a orquídea leva, em média, um ano para ficar completamente enraizada e fortalecida, florescendo plenamente e por mais tempo (6).
Para alcançar o objetivo, faça o controle de pragas e doenças com fungicidas e inseticidas sempre que necessário. Para manter a orquidácea saudável, pulverize o interior do vaso. A quantidade de orquídeas cultivadas com o plantio invertido depende do espaço disponível. Para que todas possam receber a luminosidade necessária, é indicado de três a cinco vasos. Lembre-se ainda de que o local precisa ser arejado, por isso, avalie a área antes de colocar a ideia em prática.
Texto Camilla Chevitarese Ilustração Céllus