Categoria: Jardinagem

  • Vídeo Novo no Canal – Canteiros Perfeitos para Janelas

    Vídeo Novo no Canal – Canteiros Perfeitos para Janelas

    Canteiros Perfeitos para Janelas: 25 Inspirações que Você Vai Amar Reproduzir!

    Você já pensou em transformar as janelas da sua casa em verdadeiros refúgios verdes?

    No nosso novo vídeo do canal Jardins.Blog.br, apresentamos 25 ideias incríveis de canteiros para janelas que vão trazer mais charme, vida e natureza para o seu lar. Seja em áreas internas ou externas, essas inspirações de paisagismo são perfeitas para quem ama jardinagem e decoração com plantas

    O que você vai encontrar no vídeo?

    No vídeo “Canteiros Perfeitos para Janelas”, você vai descobrir:

    • Ideias criativas para montar canteiros em diferentes estilos.
    • Combinações de flores e plantas ornamentais que realçam qualquer ambiente.
    • Como transformar janelas simples em pontos de destaque com um toque verde encantador.

    Por que assistir?

    Se você é apaixonado(a) por jardinagem, paisagismo e busca inspirações para decorar sua casa com mais beleza natural, esse vídeo é perfeito para você! Além de ser uma ótima oportunidade para explorar novas ideias, você pode criar um espaço acolhedor que une funcionalidade e estética. 

    Assista e compartilhe!

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  • Dicas de Semeadura e Cuidados

    Dicas de Semeadura e Cuidados

    Aprenda a cultivar flores a partir de sementes com dicas práticas para um jardim colorido e saudável.

    As floríferas encantam e enchem de vida os recantos. Para criar espaços coloridos o ano inteiro, é possível o cultivo a partir de sementes de flores. “No paisagismo, podemos utilizar várias espécies floríferas por meio do método de propagação por sementes, que é considerado o de maior facilidade”, explica Luciane Maria Sala Santos, engenheira agrônoma e paisagista da Esalgarden, de Curitiba, PR.

    Como escolher

    O primeiro passo, antes de eleger a flor, é analisar o ciclo de vida da espécie – anual, bienal e perene –, para saber quando o plantio deve ser realizado, o surgimento das inflorescências e a duração. “Algumas germinam, produzem folhas, caules e flores, lançam sementes e morrem no decorrer de um único ano; outras possuem um ciclo de vida de dois anos, ou seja, só no segundo ano produzirão flores e lançarão sementes; e outras ainda são capazes de viver indefinidamente”, esclarece.

    O critério para escolher as sementes de flores é conhecer o local de origem das plantas e a estação do ano. “Algumas espécies necessitam de frio para o desenvolvimento e, dessa forma, o plantio não é indicado no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, por exemplo. Outras só devem ser plantadas na primavera, evitando-se as outras estações do ano.”

    As principais espécies utilizadas são as floríferas anuais, cuja semeadura deve ocorrer em épocas específicas do ano para florescerem na estação mais adequada a elas. Segundo a especialista, podem ser semeadas em mais de uma estação para garantir várias floradas. “Alguns exemplos são rabo-de-gato (Amaranthus caudatus L.), angelônia (Angelonia minor), crista-de-galo-plumosa (Celosia argentea L.), cravina (Dianthus chinensis L.), sangue-de-adão (Salvia splendens) e tagete (Tagetes erecta L.)”, elenca. Entre as perenes, destacam-se flor-da-fortuna (Kalanchoe blossfeldiana), amarelinha (Thunbergia alata) e cinerária (Senecio cruentes).

    “As anuais são ótimas para lugares em que o intuito é ter muitas flores. Elas exigem mais água, adubação e outros cuidados, além de replantio todos os anos. As perenes fornecem estrutura estável e formam espaços ajardinados com menos exigências”, ensina Suéllen Silva, analista de mercado da Agristar, que produz e comercializa sementes.

    A semeadura

    As sementes de flores devem possuir boa genética e serem livres de pragas e doenças. Grande parte é comercializada em pacotes de plástico ou papel-alumínio. “As embalagens contêm as informações necessárias de plantio adequado para cada espécie. É importante estar atento às instruções fornecidas nos rótulos”, esclarece a profissional da Agristar.

    A dica da engenheira agrônoma para quando não usar todo o conteúdo é guardar as sementes empacotadas na embalagem bem vedada, pois nela há também a validade. “Armazene-as em locais escuros, secos e bem ventilados para que não mofem e percam seu poder germinativo.”

    Algumas espécies toleram o plantio diretamente no local, mas a maioria é sensível e necessita de ambiente protegido com luz, temperatura e irrigação controladas para germinar. “Normalmente, são semeadas em bandejas de poliestireno expandido (isopor), sacos plásticos ou tubetes, sendo colocadas, em média, duas sementes por célula a uma profundidade média de 5 cm”, informa.

    Após vinte ou trinta dias, de acordo com a espécie, realiza-se o desbaste e o transplante. “Antes de serem transplantadas para o local definitivo, as mudas precisam passar por um processo de aclimatação, o qual consiste em colocá-las algumas horas por dia, aumentando gradativamente, no ambiente externo para que elas se adaptem às condições às quais ficarão expostas. O processo deve ser executado durante aproximadamente uma semana”, alerta.

    No transplante, Luciane explica que é feita uma pequena cova para cada planta. Fertiliza-se e acomoda-se a muda bem no centro da cova, preenchendo as laterais com a terra adubada e regando-a sempre pela manhã e ao entardecer. “A adubação dessas espécies se dá no momento do transplante, com esterco curtido e NPK 04-14-08 misturados com a terra. Posteriormente, serão realizadas adubações para manutenções das espécies.”

    Suéllen salienta que algumas flores, como o amor-perfeito e a calêndula, são mais delicadas e o transplante não é recomendado. “As sementes deverão ser plantadas já no local definitivo de crescimento da muda.”

    A irrigação é fator essencial no momento da germinação das plantas. Sem água, ocorre a má formação e, até mesmo, a desidratação e morte da semente. “A florífera deve ser bem irrigada para que não murche no período de adaptação.”

    Cravina (Dianthus chinensis L.)

    Maciços formando bordaduras a pleno sol. Devem ser postas para germinação no Outono para florescerem nos meses de Inverno e Primavera.

    Angelônia (Angelonia minor)

    Maciços coloridos em amplos gramados a pleno sol. Tolera o frio. Floresce na Primavera e no Verão. Deve ser plantada no início do Verão.

    Tagete (Tagetes erecta L.)

    Canteiros a pleno sol. Pode ser cultivada em qualquer região sem restrições. Estações recomendadas para germinar são a Primavera e o Verão.

    Flor-da-fortuna (Kalanchoe blossfeldiana)

    Pode ser cultivada em jardineiras e vasos em interiores bem iluminados e, também, diretamente no solo como bordadura de canteiros e ao longo de passeios. Aprecia temperaturas amenas de Inverno, mas não resiste a geadas.

    Crista-de-galo-plumosa (Celosia argentea L.)

    Maciços densos coloridos indicados para canteiros a pleno sol. Não tolera temperaturas baixas de Inverno. Deve ser semeada na Primavera para florescimento no Verão.

    Rabo-de-gato (Amaranthus caudatus L.)

    Arbusto sublenhoso utilizado em beira de muros e paredes a pleno sol. Apresenta melhor desenvolvimento em regiões de clima ameno, onde é semeada na Primavera.

    Vinca (Catharanthys roseus)

    Indicada para compor bordaduras e maciços em canteiros a pleno sol. Na maior parte do país, seu plantio é realizado de abril a setembro. Na região Sul, de agosto a fevereiro.

    Amor-perfeito (Viola Tricolor L.)

    Compõe bordaduras e maciços em canteiros a pleno sol. Aprecia o frio, sendo indicada para as regiões de altitude do Sul do país, com germinação no Outono.

    Sangue-de-adão (Salvia splendens)

    Recomendada para bordaduras e maciços coloridos a pleno sol. Aprecia climas frios e floresce na Primavera e no Verão.

    Flores anuais oferecem exuberância, enquanto as perenes criam estabilidade com menor manutenção.”

    Texto Janaína Silva. Fotos [1] Antonio Di Ciommo, [2] Depositphotos, [3] Evelyn Müller, [4] Hamilton Penna, [5] Larissa Scalone [6] Tatiana Villa

  • Jasmim-Manga: Beleza e Perfume no Jardim”

    Jasmim-Manga: Beleza e Perfume no Jardim”

    Descubra como cultivar o jasmim-manga e valorize seu paisagismo com uma árvore de beleza tropical e aroma único.

    “Uma árvore muito especial em todos os sentidos. Seja pela arquitetura de copa, as flores perfumadas com tonalidades e cores aquareladas, lindas folhas estruturadas, casca cintilante e fruto forte. Sua presença é muito impactante. É uma rainha dos jardins”, assim é o jasmim-manga (Plumeria rubra), como bem define Juliana Gatti Pereira Rodrigues, fundadora e CEO do Instituto Árvores Vivas, em São Paulo, SP.

    “Com perfume e cores vibrantes, o jasmim-manga se destaca e é a ‘rainha dos jardins’.”

    Sua beleza delicada não se limita ao paisagismo. As flores são utilizadas para confeccionar os tradicionais colares havaianos, além dos demais adornos usados nas Ilhas do Pacífico. “Nas tradições asiáticas da Indonésia e Tailândia ela é utilizada devido às suas propriedades medicinais. Existem pesquisas sobre a função antibactericida de substâncias presentes na sua casca e na sua seiva, que é um tipo de látex”, completa Juliana. Mas Aline Cristina Vieira das Chagas Fini, engenheira agrônoma e professora do Instituto Brasileiro de Paisagismo (IBRAP), na mesma capital, alerta para os perigos. “Sua seiva leitosa e abundante é considerada tóxica.”

    “Adaptável e perene, o jasmim-manga floresce em diversas altitudes e climas ao redor do mundo.”

    “A professora destaca também outro fato curioso da Plumeria rubra. “Esta planta é conhecida como frangipani em homenagem ao Marquês Muzio Frangipani, que no século XVI sintetizou sua fragrância.” Ou seja, além da aparência agradável, possui aroma que desperta interesse e não é só dos seres humanos, mas também de outros seres vivos. “O néctar das flores é perfumado para atrair seus polinizadores. Normalmente, a hora que ela exala o perfume é o momento do dia no qual – no seu processo evolutivo – a presença do polinizador ideal é mais provável no ambiente. Esse aroma é uma estratégia da árvore para sua reprodução, assim como o desenho e cor das flores”, comenta Juliana.

    “A flor de jasmim-manga atrai polinizadores com seu aroma e beleza natural, promovendo biodiversidade.”

    Nativa de regiões como México e parte da América Central e Sul, foi introduzida no Havaí em 1860. Ela não necessita de muitos cuidados, o que faz com que se espalhe pelo mundo afora. “Uma espécie pouco exigente, o que a torna altamente adaptável. Hoje em dia é cultivada nas mais diferentes localidades do mundo, inclusive a 2 mil metros de altitude e com sucesso”, conta Juliana. Aline explica que esta é uma planta de pleno sol e que gosta de clima tropical e subtropical. De ciclo perene, chega a seis metros de altura.

    Podemos encontrar distintas tonalidades de jasmim-manga. “São misturas que ocorrem naturalmente em ambiente selvagem, mas também cores que foram conseguidas através de cruzamentos planejados. As mais silvestres são a branca com miolo amarelo e a vermelha. O cruzamento entre elas produziu inúmeras variedades”, afirma a CEO.

    BELEZA SEM TEMPORADA

    Não importa a época do ano, o jasmim-manga é sempre ornamental, independente de sua floração. “Por ter muita presença em todas suas estruturas morfológicas, é uma opção de espécie que irá compor muito bem projetos paisagísticos, sempre oferecendo algum destaque visual, não importa em qual fase se está. É linda mesmo quando fica totalmente sem flores e folhas”, diz Juliana. O que acontece muito, pois é uma espécie com folhagem caduca, isto é, caem todas as suas folhas em determinado momento do ciclo, o que ainda pode ser vantajoso. “Suas flores podem atrair insetos, inclusive um tipo de abelha chamada mamangava. É muito comum observarmos no lado de baixo das folhas uma ferrugem. Isto é ocasionado por um fungo. Mas, como a planta é caduca, não há a necessidade de aplicação de fungicida, pois a própria elimina as folhas na época certa”, explica Aline.

    Outro item alertado por Juliana é o fato do látex. “Em um ambiente com crianças, o látex pode ser um ponto de preocupação, pois ele não deve ser colocado livremente sobre a pele, mucosas, olhos e boca.” Mas mesmo isso não pode ofuscar o reinado da espécie, que pode ser utilizada no paisagismo como destaque ou em conjunto de árvores, promovendo um efeito visual forte e escultural com seus galhos.

    EM BOA COMPANHIA

    Para Juliana, a plumeria combina com uma base de folhagens com altura de até 50 cm e com plantas que sejam mais simples estruturalmente, já que ela possui bastante informação visual. Já para Aline, a compatibilização se dá com plantas de clima tropical, como helicônias (Heliconiaceae), alpínias (Zingiberaceae) e palmeiras (Arecaceae). “Vai da criação e composição do profissional.”

    Porém, vale ressaltar, evite lugares estreitos para plantar seu exemplar, pois a espécie possui copa larga, mas é uma boa opção até mesmo para vasos. “Pode-se plantar a partir de galhos que pegam com facilidade, só deixar ele mais seco do que encharcado para evitar apodrecimento e com a seca estimular o crescimento da raiz. Como é uma muda que vem de árvore já adulta, começa a florescer no ano seguinte”, ensina a fundadora do Instituto Árvores Vivas.

    JASMIM-MANGA

    Nome Científico: Plumeria rubra
    Nomes Populares: jasmim-manga, árvore-pagode, frangipani, jasmim-de-são-josé
    Origem: México e parte da América Central e Sul
    Porte: Pode chegar a 6 metros de altura
    Folhas: caducas
    Flores: diversas cores e tonalidades entre o branco com amarelo, o rosa e o vinho
    Cultivo: fácil e sem segredos
    Clima: equatorial, subtropical e tropical
    Ciclo de Vida: perene
    Luminosidade: pleno sol
    Curiosidade: conhecida como frangipani em homenagem ao Marquês Muzio Frangipani, que no século XVI sintetizou sua fragrância. Além disso, suas flores são usadas para produzir os típicos colares havaianos.

    Texto Carolina Pera Fotos [1] Evelyn Müller [2] Gui Morelli e [3] Tarso Figueira

  • Estilo de Jardim Tropical: Harmonia e Natureza

    Estilo de Jardim Tropical: Harmonia e Natureza

    Descubra como o jardim tropical valoriza plantas brasileiras e cria ambientes naturais e ecológicos.

    Já que existem os estilos de jardim japonês, francês e inglês, talvez o jardim tropical devesse ser chamado de brasileiro. De característica exuberante e intensa, este é o formato que mais se identifica com nosso país.

    “No Brasil ele ganhou visibilidade devido, em grande parte, ao trabalho de Roberto Burle Marx, o qual soube utilizar com maestria as espécies tropicais (nativas e exóticas) em seus jardins, valorizando, sobretudo, as nativas, que até então eram vistas como mato e que não recebiam o devido valor”, conta a arquiteta paisagista Isabela Ono, coordenadora de projetos do escritório de paisagismo Burle Marx, no Rio de Janeiro, RJ.

    Leticia Momesso, paisagista e professora do portal Eduk, concorda. “É de comum acordo que esse estilo tenha surgido com Roberto Burle Marx, o primeiro paisagista a valorizar as plantas naturais do Brasil em suas composições, a partir da década de 1930.” Ela explica que suas linhas são sinuosas, orgânicas e harmonizadas com a paisagem.

    “O jardim tropical rompe com a rigidez europeia, criando uma paisagem que parece naturalmente formada pela natureza.”

    Tons Verdes e Cores Quentes

    Ambas as profissionais apontam para as folhagens de diferentes formas que predominam num jardim tropical e a cor verde. “Usam-se os contrastes entre os diversos tons de verde, suas nuances e texturas para a clareza da composição”, diz Leticia. Já a floração deve ser exuberante e pender para os tons quentes, como vermelho, laranja e amarelo. Isabela destaca a família Araceae, como espécies de Philodendron e Anthurium, além de palmeiras (Arecaceae) de diferentes tipos e as flores das heliconiáceas e bromeliáceas. “A floração das árvores tropicais é igualmente exuberante e intensa. Os ipês (Bignoniaceae), eritrinas (Fabaceae), quaresmeiras (Melastomataceae), cássias (Fabaceae), córdias (Boraginaceae), lofoanteras (Malpighiaceae) e couroupitas (Lecythidaceae) se destacam entre as espécies tropicais”, completa.

    Para Leticia, no jardim tropical não existe topiaria e os ângulos retos são poucos. “Ele veio para romper com a rigidez dos jardins europeus. Existe nele uma composição em que são trabalhadas as proporções das plantas tropicais e subtropicais, com sua disposição cuidadosamente estudada para parecer que a natureza fez aquela paisagem sozinha, ao mesmo tempo em que é pensado para que haja a valorização de cada um dos elementos instalados.” Ela afirma que há curvas amplas, traçados sinuosos e livres e que a proporção está muito mais relacionada com o entorno do que com a arquitetura em si, apesar de ainda manter uma relação harmoniosa com ela. “Há um sentido ecológico, uma tentativa de agrupar, paisagisticamente, plantas que se associam naturalmente no Brasil”, define. Ela também elege as palmeiras, helicônias e bromélias e acrescenta bananeiras (Musaceae), gramíneas, dracenas e samambaias (Asparagaceae), e até mesmo orquídeas (Orchidaceae).

    “Roberto Burle Marx trouxe visibilidade ao estilo tropical, transformando mato em arte e celebrando a flora brasileira.”

    Já para a paisagista Ana Paula Magaldi, de São Paulo, SP, o estilo combina com todos os tipos de projetos arquitetônicos. “Ele está relacionado ao nosso clima e nossa matéria-prima é a vegetação tropical, que, quando projetada com contraste de cor e simetria, valoriza diversos tipos de arquitetura.”

    “Mais importante do que pensar em estilos de jardim é pensar na estrutura paisagística de um projeto ou composição. O jardim francês, por exemplo, tem normalmente uma estrutura mais formal, com a utilização de recursos projetuais, como a simetria, ritmo bem definido e uso da perspectiva, entre outros. O jardim tropical, por sua vez, tem normalmente características menos formais, porém, nada impede que se utilize uma estrutura formal para acentuar determinado aspecto ou enfatizar uma linha de força”, pontua Isabela ao defender que diferentes estilos podem ser utilizados em um mesmo espaço ou projeto. “Não existe uma fórmula, ou certo e errado. Uma composição paisagística pode comportar a utilização de diferentes tipologias. Buscar a harmonia do conjunto é a tarefa do profissional de projeto paisagístico.”

    Locais para se Admirar

    Leticia acredita que esse seja o estilo mais indicado para nosso país, pois atrai, abriga e alimenta toda uma fauna local, além de ser harmonizador do espírito quando usado para contemplação. “Bancos, pedras, fontes, lagos e espelhos d’água fazem parte desse tipo de jardim, desde que com cores naturais e formas orgânicas, integrando-se harmonicamente com a própria natureza.” Fora os espelhos d’água, Isabela cita os pergolados, esculturas e painéis artísticos como itens que podem ser utilizados no jardim tropical.

    “A valorização de plantas nativas brasileiras define o jardim tropical, promovendo ecologia e harmonia com a fauna local.”

    Caso queira apreciar algum projeto típico tropical, Leticia recomenda um projeto de Burle Marx de fácil visitação, o parque Ibirapuera, em São Paulo. “Outros que valem a pena serem pesquisados, por sua beleza e equilíbrio, são a Residência Nininha Magalhães Lins, RJ; Residência Odete Monteiro, Corrêas, RJ; Residência Colombo, Itanhangá, RJ; e Residência Maria do Carmo Nabuco, RJ.” Isabela também lista alguns lugares. “São muitos os exemplos de jardins tropicais que podem ser encontrados no Brasil. Um dos primeiros projetados com essas características foram os jardins da Praça da Casa Forte, assinado por Burle Marx em Recife na década de 1930, no qual ele utilizou espécies nativas da Amazônia, como pau-mulato (Calycophyllum spruceanum), açaí (Euterpe oleracea) e abricó-de-macaco (Couroupita guianensis), além de algumas espécies exóticas. Outro bom exemplo é a praça Salgado Filho (1947-1950), no Rio de Janeiro, onde Burle Marx destacou a diversidade e exuberância da flora nativa brasileira”, finaliza.

    Texto Carolina Pera Fotos [1] Alessandro Guimarães, [2] Divulgação/Escritório Burle Marx, [3] Gustavo Xavier e [4] Tarso Figueira

  • Dragoeiro: A Árvore Mística de Socotra

    Dragoeiro: A Árvore Mística de Socotra

    Descubra os segredos da Dracaena cinnabari, a árvore que dá origem ao “sangue-de-dragão”, usada há séculos para remédios e tintas.

    Conhecida como sangue-de-dragão ou dragoeiro, a Dracaena cinnabari exibe coloração avermelhada e formato peculiar que a tornaram a planta mais conhecida do arquipélago de Socotra, no Iêmen. De acordo com publicação do Royal Botanic Garden Edinburgh, na Inglaterra, o local possui uma das floras mais ricas do mundo, a qual inclui 825 espécies nativas, sendo que 306 delas são endêmicas – a exemplo da sangue-de-dragão.

    A substância vermelha extraída do tronco e dos galhos – responsável pelo nome curioso da árvore – é conhecida como cinábrio e utilizada para diferentes finalidades pela população local. Em artigo publicado pela Mendel University of Agriculture and Forestry, da República Checa, os autores Radim Adolt e Jindrich Pavlis indicam seu uso no tratamento de doenças gástricas e também na produção de tintas e colas feitas para decoração de peças de cerâmica e das próprias casas do arquipélago.

    A sangue-de-dragão, segundo consta no artigo, provavelmente é uma relíquia da vegetação antiga encontrada no noroeste do continente africano, para onde “migrou” após o processo de desertificação do Saara, há milhões de anos. Mais uma curiosidade: o gênero Dracaena inclui cerca de 60 a 100 espécies, mas apenas seis delas se desenvolvem como árvores.

    Texto Cristina Tavelin. Fotos Depositphotos.

  • Jasmim-Manga: Beleza e Cuidados Essenciais

    Jasmim-Manga: Beleza e Cuidados Essenciais

    Descubra como cultivar e cuidar do Plumeria rubra, uma árvore tropical com flores perfumadas e vibrantes.

    Com floração de perfume levemente adocicado, o jasmim-manga é uma árvore que pode chegar a 8 m de altura. Apesar do porte, possui crescimento lento e conta com ramos robustos e casca lisa, acinzentada ou bronzeada. “Por ser uma planta tropical, desenvolve-se melhor em climas quentes, podendo ser utilizada também em ambientes úmidos”, explica o engenheiro agrônomo e paisagista Gilmar Gumy, de Irati, PR.

    As flores aparecem nas tonalidades branca, laranja, rósea e vermelha, com algumas variações como branca com o miolo amarelo, laranja com o miolo amarelado e róseo mesclado com amarelo. Segundo o engenheiro agrônomo e paisagista Alexandre Galhego, de Campinas, SP, o jasmim-manga se adapta muito bem a qualquer tipo de solo, desde que seja fértil e drenado. “Entretanto, tem maior predileção pelo arenoso”, complementa Clodoaldo Hergert, proprietário do Sítio Raio de Sol, de Limeira, interior paulista.

    Esta espécie ainda é constantemente utilizada na arborização urbana, em calçadas de até 2 m de largura. “É válido atentar que deve haver distanciamento de 6 a 8 m entre cada exemplar, para que tenham espaço suficiente para se desenvolver.” O jasmim-manga não suporta geadas, sendo que durante o outono-inverno perde as folhas e, entre outubro e abril, surgem belas e perfumadas flores. Vale lembrar que é considerado tóxico em função da substância quinina presente em sua seiva, que pode ser bastante prejudicial se ingerida.

    Hergert ressalta que, pelo fato de ser decorativo e não precisar de muitos cuidados, profissionais do setor de paisagismo costumam utilizá-lo na criação de jardins, inclusive dispostos em vasos. “Para realizar o plantio, deve-se usar terra vermelha, areia e composto orgânico, fazendo um dreno na cova, que precisa ter tamanho mínimo de 40 x 40 x 40 cm”, explica. Gumy, por sua vez, comenta que, quando em conjunto, propicia um ar tropical ao espaço externo, graças ao rico colorido de sua abundante floração e ao formato arredondado de sua copa.

    CUIDADOS

    O engenheiro agrônomo e paisagista explica que, tanto em arborização urbana quanto em jardins e vasos, deve-se usar calcário e NPK 10-10-10, além de aplicar mensalmente 300 g de NPK na mesma proporção sobre a terra do canteiro. Ele revela que, nesse processo, o ideal é misturar bem o adubo ao solo, para depois regar. “Por ser uma planta muito florífera, após o segundo ano, é recomendado adubar com NPK 4-14-8.” De acordo com Galhego, o período mais adequado para a adubação se inicia em outubro, com as chuvas, e termina em fevereiro, devendo ser preferencialmente fracionada e com quantidade específica conforme o tamanho do exemplar.

    Quanto aos outros cuidados, Hergert afirma que a rega não pode ser excessiva e a poda necessita ser realizada na época de dormência, que acontece em junho e julho. Galhego adiciona que também é possível fazer poda de formação para tornar sua copa proporcional e simétrica, além de eventuais retiradas de galhos secos e doentes. Já a multiplicação acontece por sementes ou estacas de ramos que, antes de serem plantadas, precisam estar cicatrizadas pela ação do ar, em um processo que dura cerca de 24 horas, pelo menos.

    JASMIM-MANGA

    Nome científico: Plumeria rubra
    Nomes populares: jasmim-manga, frangipane, árvore-pagode, plumélia, jasmim-de-são-josé, jasmim-do-pará e jasmim-de-caiena
    Origem: América Tropical
    Porte: até 8 m de altura
    Flores: perfumadas e nas cores branca, laranja, rósea e vermelha
    Folhas: grandes, largas e brilhantes, com queda no outono-inverno
    Cultivo: isolada ou em grupo
    Solo: fértil e bem drenado
    Clima: tropical
    Luminosidade: pleno sol
    Irrigação: frequente
    Dificuldade de cultivo: não tolera frio e geada
    Multiplicação: por estaquia de ramos ou sementes
    Curiosidade: produz seiva tóxica

    Texto Fernando Inocente. Edição Renata Putinati. Fotos Evelyn Muller.

  • Cultivo de Ninfeias: Beleza Aquática para seu Jardim

    Cultivo de Ninfeias: Beleza Aquática para seu Jardim

    Aprenda a cultivar ninfeias, plantas aquáticas perfeitas para tanques e lagos e transforme seu jardim em um oásis natural.

    Cercada de misticismo e lendas, principalmente da mitologia grega, a ninfeia aguça a curiosidade e encanta seus admiradores. É encontrada em zonas tropicais, subtropicais e temperadas, levando sua beleza às águas calmas e sem correnteza.
    “Pode ser vista em todas as regiões do Brasil. É abundante na represa Itaipu, no Paraná, e no Pantanal de Mato Grosso”, afirma Antonio Fernando Monteiro Camargo, biólogo e professor adjunto da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro, SP.


    Entre as mais conhecidas estão N. alba (branca), N. coerulea (azul), N. rubra (rósea-violácea), N. odorata (branca ou rósea) e N. gigantea (arroxeada).
    Elas são classificadas como aquáticas emersas e suas folhas são grandes (chegam a 60 cm de diâmetro), arredondadas, verde-claras ou escuras, flutuantes ou semi flutuantes e sustentadas por longos pecíolos que as levam até a superfície da água.
    “Por causa da grande dimensão da folhagem, são confundidas com a vitória-régia e a flor-de-lótus”, acredita André Lacava Bailone, engenheiro agrônomo e proprietário da Itubanaia – Paisagismo e Plantas Aquáticas, de São Paulo, SP.


    Durante o inverno, as folhas caem e surgem novamente na primavera, entretanto, o rizoma continua vivo e suporta temperaturas muito baixas. “Em regiões de clima temperado, o brotamento inicia na primavera e, entre 15 e 30 dias, os maciços já estão compostos”, destaca o biólogo da Unesp.
    Suas flores são vistosas, perfumadas, variam de 10 a 30 cm de diâmetro, apresentam diversas tonalidades e possuem um pedúnculo longo que as dispõe pouco acima da folhagem. Normalmente se formam na primavera-verão.


    “Começam a desabrochar no final da tarde e, por volta das 10 horas do outro dia, fecham-se. Quando não está muito quente ou está nublado, podem permanecer abertas até as 14 horas”, conta João Aparecido Luz, produtor de aquáticas e proprietário do Viveiro Aqualuz, de Santa Isabel, SP.
    Essas estruturas perduram por três a seis dias ou até que sejam polinizadas por insetos, como abelhas e besouros. “Depois de fecundadas, as flores se fecham, soltam as sementes na água e se reproduzem. Sendo assim, auto substituem-se e não é necessário o replantio”, revela Luz, ao adicionar que cada muda tem durabilidade de um a dois anos.

    Cultivo

    De acordo com Camargo, as ninfeias suportam diferentes climas, mas o tropical é o preferido. “Mesmo em localidades temperadas, sobrevivem e produzem flores. No inverno, aparentemente, desaparecem, pois não lançam folhas. Na primavera e no verão essas estruturas brotam novamente”, explica.
    Embora sejam conhecidas pela necessidade de sol pleno, existem espécies que apreciam meia-sombra, devendo ficar expostas à luz solar direta por, pelo menos, três horas diariamente.
    Em relação à adubação, é necessário cuidado porque o excesso de adubo na água pode ocasionar o aparecimento de musgos e algas, além de tornar o líquido turvo, dificultando a fotossíntese das plantas. “Indico fertilizantes orgânicos para solos argilosos. O uso de produtos químicos pode causar a morte ou a intoxicação dos animais do tanque, como os peixes”, frisa o proprietário do Viveiro Aqualuz.
    O cuidado com a água é indispensável para impedir o surgimento de larvas de mosquitos, sendo necessário realizar sua circulação por meio de bombeamento. Como as ninfeias não toleram correnteza, é importante evitar cultivá-las em espelhos d’água e lagos que possuem cascatas muito fortes.
    Luz afirma que a temperatura da água não pode ser elevada demais, correndo o risco de cozinhar o exemplar e levá-lo à morte, ou muito fria, que causa atrofia na folha. “Recomendo um tanque de, no mínimo, 50 cm de profundidade para não ter esses contratempos.”
    Elas precisam ser plantadas em vasos submersos. “Basta escolher um recipiente de 40 x 40 cm, colocar metade de terra argilosa e metade de substrato orgânico e misturá-los (corrigindo o pH com calcário, caso seja necessário). Depois, é preciso adicionar adubo termo fosforado mais micronutrientes e introduzir o rizoma, submergindo o vaso até o fundo de um tanque de 60 cm cheio de água. A distância entre a lâmina d’água e o topo do recipiente deve ser de 20 cm”, ensina Bailone.
    O melhor momento para fazer o plantio é no início da primavera. Como o crescimento é muito rápido, no final do verão as mudas já estarão bem formadas.

    Ambiente Protegido

    O engenheiro agrônomo lembra que estas plantas podem ser atacadas por caramujo, ninfa da libélula e cigarrinha. “Faço o controle biológico por meio de peixes carnívoros, por exemplo, guaru, lambari e piranha. As cigarrinhas só aparecem quando há má nutrição, tornando-se essencial corrigir a adubação.”
    O produtor do Viveiro Aqualuz atenta ainda para a infestação de pulgões e ácaros, que fazem o exemplar perder a umidade nas folhas, ocasionando desnutrição. “Costumo aplicar calda bordalesa ou inseticida quando não há peixes e outros animais na água”, esclarece.
    Traíra, ganso e pato costumam se alimentar de ninfeias e precisam ser mantidos longe dos locais de plantio. Além disso, carpas e tilápias podem comer seus rizomas caso não estejam recebendo ração suficiente.

    NINFEIA

    Nome científico: Nymphaea spp.
    Nomes populares: ninfeia e lírio-d’água
    Origem: Estados Unidos, Europa, Sudeste da Ásia, África, Austrália e Nova Guiné
    Porte: de 30 a 150 cm de altura
    Flores: vistosas, perfumadas e de diversas tonalidades. Formam-se na primavera-verão
    Folhas: grandes, arredondadas, verde-claras ou escuras, flutuantes ou semi flutuantes e sustentadas por longos pecíolos
    Cultivo: em tanques e lagos
    Solo: lodoso e rico em matéria orgânica
    Climas: temperado, subtropical e tropical
    Luminosidade: pleno sol ou meia-sombra
    Irrigação: planta aquática
    Dificuldade de cultivo: nenhuma
    Multiplicação: por sementes e divisão de rizoma ou de tubérculos rizomatosos
    Curiosidades: perde as folhas durante o inverno, mas os rizomas permanecem vivos, suportando temperaturas muito baixas

  • Distinta Samambaia

    Distinta Samambaia

    Descubra o cultivo da samambaia chifre-de-veado e suas curiosidades.

    A samambaia herbácea epífita conhecida como chifre-de-veado (Platycerium bifurcatum) é uma planta originária de locais como Austrália, Nova Guiné e Nova Caledônia. Seu desenvolvimento se dá sobre outras plantas, geralmente em árvores, sem retirar nutrientes delas, utilizando-as apenas para suporte e apoio. “Como costumam se desenvolver sob as copas das árvores, os ambientes que mais lhe agradam são os de meia-sombra”, afirma a arquiteta paisagista Juliana Freitas, de São Paulo, SP.

    Anselmo Augusto de Castro, docente da área de Paisagismo e Jardinagem do Senac Santa Cecília, em São Paulo, SP, explica que a Platycerium bifurcatum é de clima tropical, porém resiste ao frio de regiões subtropicais. Sua beleza se amplia na fase mais madura, pois as folhas, quando jovens, são pequenas e firmes, mas com o passar do tempo tornam-se grandes, com recortes irregulares, bifurcadas, brilhantes, pendentes e de textura coriácea. “Estes recortes deram origem ao nome popular, pois lembram chifres de animais cervídeos, cervos e veados”, pontua Anselmo. O professor explica que sua folhagem pode atingir 1 m de comprimento.

    Onde e Como Utilizar a Espécie

    Ambos os profissionais afirmam que placas de fibra de coco podem ser um bom sustento para a espécie, além de vasos e outros suportes que podem ser aplicados em paredes e muros à meia-sombra e debaixo de troncos de árvores. Anselmo sugere que o plantio seja feito na posição vertical, isolado ou em grupos. Outra dica que ele deixa é de que o substrato utilizado pode ser o mesmo usado para orquídeas (Orchidaceae), leve e de boa drenagem.

    Juliana Castro, arquiteta da JA8 Arquitetura e Paisagem, completa que o chifre-de-veado serve para todos os ambientes, desde que os internos sejam bem iluminados e ventilados e que os externos sejam protegidos, já que a planta não tolera muito sol e vento. Ela diz ainda que a irrigação deve ser feita com frequência, mas sem acúmulo de água.

    Esta espécie, da família Polypodiaceae, combina com plantas de meia-sombra, como demais samambaias, e com epífitas, como filodendros (Araceae). Sua multiplicação ocorre pelas pequenas mudas que as raízes formam na superfície do substrato, separadas durante o inverno. Anselmo atenta para a base da planta, na qual há um conjunto de folhas verdes quando jovem e marrons na fase adulta. “Esta estrutura serve para proteger as raízes frágeis e para a fixação do exemplar em superfícies.”

    CHIFRE-DE-VEADO

    Nome científico: Platycerium bifurcatum
    Nome popular: chifre-de-veado e samambaia-chifre-de-veado
    Origem: Austrália, Nova Guiné e Nova Caledônia
    Porte: até 1 m
    Folhas: quando jovens, são pequenas e firmes; depois ficam grandes, com recortes irregulares, bifurcadas, brilhantes, pendentes e de textura coriácea
    Cultivo: fácil cultivo por ser rústica
    Clima: tropical, porém resiste ao frio de regiões subtropicais
    Luminosidade: meia-sombra
    Multiplicação: ocorre pelas pequenas mudas que as raízes formam na superfície do substrato, separadas durante o inverno
    Curiosidade: possui em sua base um conjunto de folhas verdes quando jovem e marrons na fase adulta, que serve para fixação e proteção das raízes frágeis

    Texto Carolina Pera. Fotos Alessandro Guimarães, Gui Morelli, João Ramid e Ricardo Bassetti.

  • Bananeiras Ornamentais: Beleza e Cultivo Fácil

    Bananeiras Ornamentais: Beleza e Cultivo Fácil

    Aprenda a cultivar bananeiras ornamentais e transformar seu jardim com flores exóticas. 

    Parece óbvio: bananeiras são plantas que produzem bananas. Porém, existem variedades, conhecidas como ornamentais, que não apresentam frutos comestíveis, ganhando destaque devido à bela floração. Ambas pertencem à família botânica Musaceae e visualmente são bastante similares.

    “As duas possuem tronco subterrâneo onde se inserem as raízes. O que é visto na superfície do solo, erroneamente chamado de tronco ou caule, é o pseudocaule. As diferenças entre as espécies ornamentais e seus parentes comestíveis estão na inflorescência (conjunto de flores), no fruto e no porte”, afirma Paulo Jorge de Pinho, engenheiro agrônomo e doutor em Ciência do Solo, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), MG.

    Segundo ele, a bananeira-vermelha ou bananeira-florida atinge entre 1,5 e 2 m de altura e conta com inflorescências em cachos e brácteas (folhas modificadas) vermelho-brilhantes muito vistosas.
    Outra variedade chamada simplesmente de bananeira-ornamental chega a 3,8 m de altura e produz inflorescências longas com brácteas róseas em forma de concha. Suas flores amarelas e seus frutos verdes e pequenos são desenvolvidos na base do cacho.
    A bananeira-ornamental ou bananeira-de-jardim mede de 1 a 2,5 m de altura e possui inflorescência com brácteas róseas. O cacho possui entre 12 e 15 frutos com cerca de 15 cm de comprimento.
    As musáceas de fruto comestível atingem entre 2 e 8 m de altura e suas flores são pequenas e envoltas por uma bráctea arroxeada que, quando jovem, é conhecida como “coração”.

    PEQUENOS ESPAÇOS

    Em jardins menores é possível cultivá-las em vasos. “O recipiente restringe seu crescimento. Logicamente, o tamanho da inflorescência ou do cacho será menor”, orienta o engenheiro agrônomo. Quanto aos cuidados, o exemplar deve ser mantido a pleno sol ou meia-sombra (dependendo da espécie), em substrato bem drenado e poroso e receber irrigação frequente.

    CULTIVO ADEQUADO

    Elas ocorrem em áreas tropicais e subtropicais do continente asiático, nas quais há chuva abundante e temperatura média anual alta. Na natureza, vivem sob a copa das árvores ou a pleno sol e em solo rico em matéria orgânica. Por esse motivo, são exigentes em relação à água e se desenvolvem melhor em terrenos com alto teor de nutrientes orgânicos.

    Pinho esclarece que a bananeira-vermelha pode ser cultivada isoladamente ou em grupo, sendo relativamente tolerante a baixas temperaturas, porém, floresce com mais intensidade em regiões úmidas e com grande amplitude térmica. “Já a bananeira-ornamental é sensível a geadas e ventos fortes, devendo ser plantada a pleno sol em terra frequentemente irrigada e rica em matéria orgânica”, complementa.
    Ele adiciona que a bananeira-de-jardim não tolera geada e precisa ser mantida em solo úmido acrescido de matéria orgânica.

    Para Carlos Rodaka, pesquisador e produtor de plantas da Premium Seeds, de Garuva, SC, elas são fáceis de lidar domesticamente, adaptando-se a diferentes terrenos, contudo, preferem os mais leves e soltos. “A adubação periódica é desnecessária, mas duas vezes ao ano pode-se aplicar NPK 4-14-8”, revela.

    Dificilmente são atacadas por pragas e doenças e ainda não aceitam poda. “Se o ‘tronco’ for cortado, o exemplar morrerá”, alerta Rodaka.

    É possível realizar a propagação em qualquer época do ano por meio da separação das brotações surgidas lateralmente a partir do rizoma. “Para o plantio, é importante abrir uma cova de 30 x 30 x 30 cm para dispor o rizoma, deixando apenas uma pequena ponta fora do solo. O restante deve ser coberto com terra leve e solta. As musáceas precisam de espaçamento entre as mudas para formar touceiras. Além disso, vale lembrar que a planta-mãe morrerá, no entanto, antes, soltará brotações laterais”, finaliza o profissional da Premium Seeds.

    BANANEIRA-DE-JARDIM

    Nome científico: Musa velutina
    Nomes populares: bananeira ornamental e bananeira-de-jardim
    Origem: Índia
    Porte: de 1 a 2,5 m de altura
    Flores: inflorescências dispostas no ápice do pseudocaule e com brácteas róseas
    Folhas: largas, verde-brilhantes e lisas
    Cultivo: em touceiras isoladas
    Solo: úmido e fértil
    Clima: tropical e subtropical
    Luminosidade: pleno sol
    Irrigação: frequente
    Dificuldade de cultivo: não suporta geadas
    Multiplicação: por brotações laterais e sementes
    Curiosidade: o termo velutina se deve aos pelos da casca dos frutos, que conferem aspecto aveludado.

    BANANEIRA-ORNAMENTAL

    Nome científico: Musa ornata
    Nome popular: bananeira ornamental
    Origem: Índia
    Porte: até 3,8 m de altura
    Flores: inflorescências longas e com brácteas róseas em forma de concha
    Folhas: verde-brilhantes e muito ornamentais
    Cultivo: isoladamente ou em grupo, formando touceiras
    Solo: úmido e fértil
    Clima: tropical e subtropical
    Luminosidade: pleno sol
    Irrigação: frequente
    Dificuldade de cultivo: é sensível a geadas e ventos fortes
    Multiplicação: por brotações laterais dos rizomas
    Curiosidade: também é utilizada como flor de corte.

    BANANEIRA-VERMELHA

    Nome científico: Musa coccinea
    Nomes populares: bananeira-vermelha e bananeira-florida
    Origem: China
    Porte: até 2 m de altura
    Flores: inflorescências muito vistosas em cachos e com brácteas vermelho-brilhantes
    Folhas: largas, lisas e verde-brilhantes
    Cultivo: isoladamente ou em grupo, formando touceiras
    Solo: úmido e rico em matéria orgânica
    Clima: tropical e subtropical
    Luminosidade: pleno sol ou meia-sombra
    Irrigação: frequente
    Dificuldade de cultivo: nenhuma
    Multiplicação: por brotações laterais dos rizomas
    Curiosidade: é tolerante às baixas temperaturas de inverno.

    Renata Putinatti. Fotos Daniel Sorrentino.

  • Lantana-cambará: Beleza e Riscos no Jardim

    Lantana-cambará: Beleza e Riscos no Jardim

    Descubra como cultivar a Lantana camara, seus benefícios ornamentais e cuidados com sua toxicidade.

    Originária das Américas, a lantana-cambará é considerada nativa, sendo facilmente encontrada no Sul e Sudeste do Brasil, além dos estados do Amazonas e Mato Grosso. Caracteriza-se por ser um arbusto perene, ramificado, florífero e piloso (com pelos curtos), cuja altura varia de 0,5 a 2 m. “Possui ramos eretos ou reclinados, formando muitos galhos entrelaçados, às vezes, com espinhos. Suas folhas são ovaladas, ásperas e de cheiro semelhante ao da erva-cidreira”, afirma Mary Ellen Souza Melo, engenheira agrônoma e paisagista, da capital paulista.

    Um dos principais atrativos são as flores pequenas e de diversas cores, por exemplo, amarela, branca, alaranjada, rósea ou vermelha, que constituem mini buquês extremamente ornamentais. Por serem ricas em néctar e surgirem no decorrer do ano todo, são bastante visitadas por abelhas, borboletas e beija-flores. “Como estratégia, mantêm as flores velhas no receptáculo (parte superior dilatada do ‘cabo’ da flor), o que faz com que as inflorescências apresentam maior durabilidade. Outra particularidade é a mudança de tonalidade da flor após o desabrochar”, revela a profissional.

    Suas flores deixam de ser frequentadas por beija-flores quando outras espécies, como helicônias e estrelítzias, estão próximas, pois oferecem néctar melhor e em maior quantidade, o que é mais recompensador a esses pássaros.

    Em razão da beleza e da graciosidade de sua estrutura floral, é facilmente vista em jardins compondo conjuntos e acompanhando paredes, muros e grades.

    É PRECISO ATENÇÃO

    Uma polêmica que envolve a lantana-cambará diz respeito à sua toxicidade. Segundo Mary Ellen, suas folhas e seus frutos contêm lantadeno A e lantadeno B como princípios tóxicos e, quando essas partes são ingeridas, em algumas horas aparecem sintomas como falta de apetite, fraqueza, náusea, letargia, vômito, diarreia, efeitos hepatotóxicos (danos no fígado), pupilas dilatadas, fotofobia, cianose (coloração azul-arroxeada na pele e nas mucosas), fotossensibilização e, no caso de ingestão excessiva, pode acarretar coma e até mesmo morte. Além disso, quando tocada, pode causar dermatite por contato.

    MANTENDO A BELEZA

    É possível afirmar que se trata de uma planta rústica e de fácil cultivo. “Precisa ser mantida a pleno sol e não requer um tipo específico de solo, mas responde bem a terrenos ricos e com boa quantidade de matéria orgânica. Em relação às regas, não é exigente, tolerando excesso de água desde que não haja encharcamento”, orienta Fernando Avancine, engenheiro agrônomo da Flora Avancine, de Atibaia, SP.

    Mary Ellen adiciona que seu desenvolvimento ocorre de forma abundante em locais de climas tropical e subtropical, entretanto, é resistente a geadas. Caso a terra apresente acidez elevada, deve-se corrigi-la usando calcário. Para fornecer nutrientes, o profissional da Flora Avancine indica incorporar matéria orgânica e adubo NPK 4-14-8. “Após o plantio, é necessária irrigação mais constante por aproximadamente 15 dias para ajudar no ‘pegamento’ das mudas”, ressalta. Durante seu desenvolvimento, pode-se utilizar NPK 10-10-10, pois, mantendo a boa fertilidade do solo, dificilmente será atacada por pragas e doenças.

    Além disso, a lantana-cambará aceita bem a poda e costuma receber esse procedimento quando adulta.

    AS MINIATURAS

    Existe uma variedade popularmente chamada de minilantana. De acordo com Avancine, ela se diferencia da lantana-cambará sobretudo em relação ao porte. “Atinge, no máximo, 1 m de altura e apresenta ramos finos, sendo muito utilizada no paisagismo. Suas flores aparecem nas cores amarela, branca e roxa e são levemente pendentes”, esclarece.

    LANTANA-CAMBARÁ

    Nome científico: Lantana camara
    Nomes populares: lantana-cambará, verbena-arbustiva, cambará-miúdo, cambará-de-cheiro, cambarazinho, cambará-verdadeiro e camarazinho
    Origem: das Antilhas até o Brasil
    Porte: de 0,5 a 2 m de altura
    Flores: pequenas, mutáveis e encontradas nas cores amarela, branca, alaranjada, rósea e vermelha
    Folhas: ovaladas, opostas e ásperas
    Cultivo: formando maciços e acompanhando muros, paredes e grades
    Solo: não é exigente, mas prefere o aerado e rico em matéria orgânica
    Clima: tropical e subtropical, sendo resistente a geadas
    Luminosidade: pleno sol
    Irrigação: não é exigente, podendo ser periódica, mas não tolera encharcamento
    Dificuldade de cultivo: nenhuma
    Multiplicação: por sementes e estacas
    Curiosidade: suas flores possuem bastante néctar, atraindo borboletas, abelhas e beija-flores

    Texto Renata Putinatti. Fotos Hamilton Penna.