Aprenda o passo a passo para dividir sua orquídea Cattleya walkeriana e melhorar seu desenvolvimento.
Quando o vaso fica pequeno e a planta começa a sair pelas laterais, é dado o sinal de alerta. Afinal, nessa situação, ela não consegue se desenvolver adequadamente. Para salvá-la, é preciso fazer a divisão, separando-a em dois vasos e permitindo que os exemplares cresçam de maneira apropriada, com mais espaço e ventilação.
Segundo Reinaldo Ilaci, orquidófilo e proprietário do Orquidário Paulista, de São Paulo, SP, é importante avaliar a necessidade de separação. “Se não estiver prejudicando a planta, não vale a pena fazer a divisão, pois, além de o vaso cheio ficar muito bonito visualmente, quanto mais bulbos ela tiver, maior reserva energética possui”, completa.
A seguir, o orquidófilo mostra, passo a passo, como fazer a divisão de uma Cattleya walkeriana.
Foco nos detalhes
Para fazer a demonstração, Ilaci escolheu uma Cattleya walkeriana bastante ramificada, o que dificulta o crescimento e impossibilita os brotos menores de receberem luz. Preste atenção para cortar apenas no local onde a planta bifurca, assim é possível aproveitar o bulbo preservado como reserva para o novo exemplar. “Use uma tesoura de poda desinfetada e retire apenas a parte que está atrapalhando o crescimento”, afirma. Dessa forma, ficará apenas a orquídea que deve ser plantada em outro vaso.
Após o processo, a região que sofreu o corte fica aberta, por isso, vede com enxofre para evitar a entrada de bactérias, fungos e outros seres danosos. Segundo o orquidófilo, também podem ser usados esmalte e canela em pó.
A seguir, posicione a planta a dois dedos da borda do vaso de cerâmica. Adicione isopor até a metade do vaso, ajeitando junto à raiz. Com isso, a orquídea já está praticamente plantada. Acima do isopor, coloque uma camada de musgo até a borda. “Vale lembrar que não precisa apertar a planta, pois pode prejudicar as raízes”, diz. Assim, o vaso estará pronto.
Conheça orquídeas que imitam animais, desde a orquídea-macaco até a flor-primata, e encante-se com suas peculiaridades.
A diversidade de tons, formatos e perfumes das orquidáceas sempre surpreende. Assim, não é de se admirar que o exotismo de algumas espécies possa remeter à aparência de animais ou corpos humanos. “São tipos difíceis de serem encontrados. Muitos estão à beira da extinção e outros habitam regiões específicas e pouco acessíveis”, afirma o biólogo Henrique Cunha Vieira, da Esalflores, de Curitiba, PR.
Figuram na lista as exuberantes Dracula simia, conhecida como orquídea-macaco; Ophrys apifera, a orquídea-abelha; Habenaria radiata, que parece uma pomba-branca; Habenaria grandifloriformis, em formato de anjo; Orchis simia, a flor-primata por lembrar a estrutura de um corpo; Orchis italica, chamada de homem-nu; Hymenopus coronatus, cuja floração se assemelha a um louva-a-deus; e Orphys insectifera, que tem o nome popular de orquídea-mosca. De acordo com o biólogo, são espécies destinadas a colecionadores e com valores considerados altos. “Até entre os orquidófilos, são bem raras”, comenta.
Entre as mais comuns, Vieira cita as espécies Oncidium incurvum, que alude a bailarinas, os sapatinhos do gênero Paphiopedilum, o labelo em forma de pássaro da Phalaenopsis e a olho-de-boneca (Dendrobium nobile).
ORQUÍDEA-ABELHA
Só falta produzir mel, tamanha a semelhança da orquídea Ophrys apifera com o inseto. Endêmica de Portugal, onde possui o estatuto de espécie protegida, é típica de climas temperados e é encontrada também na região mediterrânea, no leste do Mar Negro. Cresce em áreas rochosas e em bosques, atingindo até 30 cm. Anualmente, nos meses de junho e julho, produz de uma a dez flores.
ORQUÍDEA-SAGUI
Originária do Equador e da Colômbia, a Dracula gigas pertence ao gênero Dracula, que reúne 120 espécies, como Dracula erythrochaete, Dracula lotax e Dracula vampira, que se sobressaem pelas flores com aspecto de cara de sagui. Vegetam em regiões frias e altas, que chegam a 2 mil metros de altitude. Seu cultivo pode ser feito em vasos com furos para que as hastes florais cresçam livremente. Suas flores costumam durar cerca de dez dias.
ORQUÍDEA-BURRO
Pétalas grandes voltadas para cima, como se fossem orelhas, são responsáveis pelo nome popular da espécie Diuris longifolia. Australiana, a orquídea-burro pertence ao grupo que se caracteriza por flores com fundo amarelo e manchas de outras cores. Habitam áreas abertas de clima sazonal, apresentando períodos diferentes de crescimento, floração e dormência.
ORQUÍDEA-SAGUI e ORQUÍDEA-BURRO
HOMEM-NÚ
Nativa da Europa mediterrânea, do Oriente Médio e do Norte da África, a Orchis italica, devido ao formato peculiar de seu labelo, é conhecida popularmente como homem-nu. Espécie terrestre, floresce de março a junho e as cores das flores variam entre o branco e diferentes tons de rosa e lilás. Apresenta inflorescência erecta, em forma de espiga, com flores pequenas e numerosas.
ORQUÍDEA-PATO
Um pato em pleno voo. Assim pode ser definida a Caleana major, originária do sul e leste australiano. Apresenta pequeno porte e cores não chamativas. É bastante rara encontrá-la na natureza e ainda não foi possível cultivá-la em viveiro, pois as raízes possuem relação simbiótica com um fungo que só cresce no seu habitat. Floresce na Primavera-Verão, despontando de duas a quatro flores em uma haste verde, longa e ereta.
ORQUÍDEA-POLVO
Espécie epífita que vive em troncos e galhos de árvores em regiões pantanosas com temperatura amena, a orquidácea Prosthechea cochleata chama atenção pelo formato similar ao de um polvo. Uma das pétalas tem desenho de concha listrada de roxa e as demais assemelham-se a tentáculos no tom verde. Ao observá-la, é imediata a analogia ao molusco nadando em alto-mar. Encontrada na América Central, no sul da Flórida (Estados Unidos), no México e na Venezuela, é considerada a flor símbolo de Belize, no Caribe.
Aprenda a organizar seu orquidário, com dicas para iluminação, ventilação e posicionamento.
Depois de construir o orquidário, é só incluir as plantas, certo? Parece simples, mas é preciso dominar as preferências de cada exemplar para posicioná-lo adequadamente no espaço disponível. Afinal, os vasos podem ficar pendurados no teto, sobre as bancadas ou ainda abaixo delas. É sempre bom ter em mente que um orquidário deve contar com pé-direito mínimo de 3 m. “A restrição de altura atrapalha quem quer variar os gêneros. Esta medida permite ter plantas que apreciam sol e sombra”, relata Denis Antoniassi, do Orquidário Mania de Verde, de Guarulhos, SP.
Ao planejar as bancadas, garanta que fiquem entre 90 cm e 1 m do chão. “Se forem mais baixas, o orquidófilo ficará com má postura e, se forem mais altas, não visualizará bem todas as orquídeas”, ensina Sérgio Englert, orquidófilo do Ricsel Orquídeas, da capital gaúcha. Vale destacar que de uma a outra, o melhor é manter distância lateral de 60 cm para facilitar a circulação. Além disso, entre as bancadas, é preciso haver um espaço de 70 cm, no mínimo.
Recomenda-se ainda que os exemplares pendurados estejam a uma altura em que possam ser alcançados com as mãos. “A base do vaso deve ficar de 1,90 a 2 m do chão”, sugere Englert. De acordo com os especialistas, não há uma distância mínima entre os vasos, desde que haja luminosidade adequada e boa ventilação no ambiente de cultivo. Plantas com maior necessidade de luminosidade se desenvolvem bem quando suspensas, caso de muitas Cattleya, como a C. leopoldii. “Os gêneros com flores em hastes que caem, como Coelogyne e Dendrobium, também podem ficar penduradas”, acrescenta o profissional do Ricsel Orquídeas.
Plantas que demandam mais umidade e menos insolação direta, caso das terrestres e de grande parte das micro-orquídeas, são acomodadas nas bancadas inferiores. O profissional do Orquidário Mania de Verde aconselha Masdevallia, Sobralia, Dracula, Bulbophyllum, Pleurothallis, Acianthera e Promenaea. Nas bancadas intermediárias são dispostas todas as que apreciam sombreamento médio e boa ventilação. “Conheça seu espaço e não tente fazer milagres! Antes da compra da espécie desejada, pesquise, evitando transtornos e frustrações”, resume Antoniassi.
Texto Paula Andrade Fotos [1] Daniel Sorrentino, [2] Evelyn Müller, [3] Felipe Panfili, [4] Gabriel Guimarães, [5] Hamilton Penna e [6] Tatiana Villa Ilustração AC Design.
As orquídeas Cycnoches cooperi e Mediocalcar decoratum encantam colecionadores.
Cattleya, Laelia, Vanda e Oncidium são gêneros que dominam orquidários domésticos e comerciais e dispensam apresentações.
Mas, você já ouviu falar em Ornithocephalus, Mediocalcar e Zeuxine? Esses são grupos pouco conhecidos e menos presentes em coleções, seja pela dificuldade de cultivo ou devido às flores menos chamativas. Conheça alguns exemplares selecionados ,que reúnem essas características.
Mediocalcar decoratum
De fácil cultivo, essa espécie atinge apenas 8 cm de altura e as flores não passam de 1 cm de diâmetro. Originária de matas tropicais úmidas e sombrias da Nova Guiné, vegeta entre 700 e 2.500 m de altitude. Por isso, aprecia sombreamento de 30% a 40%, rega constante, temperatura amena, elevada umidade do ar e substrato drenante, como a mistura de duas partes de esfagno, uma de carvão e uma de casca de pinus moída. Floresce na primavera, época em que surgem inúmeras flores em forma de sino que duram cerca de três semanas e se assemelham à romã. Embora pequeninas, as cores amarela e vermelha são bastante chamativas. Quando bem adaptada, entouceira com facilidade, exibindo as brilhantes folhas carnudas, lineares e estreitas.
Cycnoches cooperi
É impossível não se encantar por seus cachos pendentes que portam até 45 flores. Essa planta emite flores macho e fêmea, sendo as primeiras de tom verde a marrom-escuro, e as segundas variam entre verde-escuro e amarronzado (quase bronze). Ambas possuem praticamente o mesmo tamanho, 10 cm de diâmetro, aparecem no verão e possuem leve fragrância. Nativa da América Tropical, sua dispersão ocorre desde o México até o Sudeste do Brasil. Sendo assim, aprecia local quente e seco durante o dia, mas com queda de temperatura e aumento de umidade à noite. Para vê-la florescer, também é preciso providenciar boa ventilação, luminosidade de 50% e regar sempre, praticamente todos os dias. Devido ao hábito epífito na natureza, adapta-se bem a tocos de madeira, troncos de árvores ou a vasos com substrato aerado, como casca de pinus.
Ornithocephalus myrticola
Encontrada na Bolívia e no Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, vegeta em áreas do Cerrado e das serras do Mar e da Mantiqueira, em matas próximas a rios e lagos. Foi batizada com esse nome devido à coluna das flores ter o formato da cabeça de passarinho; já myrticola provém da sua hospedeira, a árvore murta (da família das mirtáceas). Essa epífita floresce de novembro a janeiro, quando surgem flores com cerca de 1 cm de diâmetro, que compõem cachos com cerca de 15 unidades cada. Também são aromáticas e apresentam sépalas e pétalas brancas com estrias verde-claras e labelo com pequeno campo amarelo. Como não possui pseudobulbo, mas apenas folhas que formam pequenos leques, demanda atenção com a umidade, pois não consegue armazenar água. De modo geral, precisa de bom sombreamento (cerca de 70%), temperaturas de elevadas a amenas e rega constante. Fica bem quando amarrada a placas de madeira ou plantada em vaso com esfagno.
CYCNOCHES COOPERI e ORNITHOCEPHALUS MYRTICOLA
Seidenfadenia mitrata
A espécie foi descrita pela primeira vez em 1864 como Aerides mitrata pelo botânico alemão Heinrich Gustav Reichenbach. Mais tarde, em 1972, foi renomeada em homenagem ao orquidólogo Gunnar Seidenfaden, recebendo a denominação atual. Na natureza, vegeta em troncos e galhos de árvores de florestas tropicais entre 100 e 1.700 m de altitude na Tailândia e em Myanmar. Dessa maneira, prefere clima quente, boa luminosidade (cerca de 50%), elevada umidade relativa do ar e rega frequente, sempre que o substrato começa a secar. Por gostar de solo aerado, vale apostar no plantio em casca de pinus e esfagno. Extremamente aromáticas, as flores aparecem na primavera-verão em hastes com até 15 unidades. Embora diminutas, apresentam 1,50 cm de diâmetro, formam belos cachos e mesclam as cores lilás e branca.
Podangis dactyloceras
Espécie epífita e ocasionalmente rupícola, é nativa de regiões úmidas e tropicais entre 750 e 1.950 m de altitude em países africanos ocidentais, como Angola, Camarões, Gana, Nigéria e Serra Leoa. O formato e a quantidade de flores chamam atenção, em especial por se tratar de uma micro-orquídea. Cada haste floral carrega entre cinco e 20 unidades de tonalidade branca, que salpicam entre as folhas verde-brilhantes e lanceoladas (em forma de lanças). As flores medem 1 cm de diâmetro, brotam entre a primavera e o outono e são muito duráveis, de oito a dez semanas. Aprecia meia-sombra, regas intervaladas (esperando o substrato secar), elevada umidade do ar, temperaturas de intermediárias a quentes e substrato leve, como casca de pinus e esfagno.
Fotos Samuel Alexandre, Gui Morelli, Henrique Peron, Hamilton Penna e Eduardo Liotti.
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No vídeo “30 Espécies de Orquídeas – Parte 2”, você será apresentado a uma seleção de orquídeas raras e exuberantes, como a elegante Cattleya percivaliana, a delicada Cattleya quadricolor semi-alba, a graciosa Cattleya skinneri albescens e os impressionantes Dendrobium bracteosum e Dendrobium lasianthera.
Além de conhecer essas belezas naturais, o vídeo traz dicas essenciais sobre cultivo e cuidados com orquídeas, perfeitas para quem deseja ver essas plantas florescem em todo o seu esplendor. Se você está procurando formas de melhorar o seu jardim, essa é uma ótima oportunidade de aprender mais sobre espécies que vão transformar o ambiente da sua casa.
Assista ao vídeo agora e descubra segredos valiosos para o cultivo de orquídeas que você não encontra em qualquer lugar. 🌸✨ Aproveite para se inscrever no canal Jardins.Blog.br, curtir e compartilhar o vídeo com outros amantes de orquídeas e paisagismo. Vamos juntos espalhar a beleza das orquídeas pelo mundo! 💚
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Aprenda a cuidar do Paphiopedilum e domine a técnica de divisão de fascículos.
Adorado por muitos colecionadores, o gênero Paphiopedilum conta com cerca de 60 espécies endêmicas do Sudeste Asiático, que encantam pelas flores inusitadas, semelhantes a queixos e sapatos. Por essa razão, são conhecidas popularmente como “sapatinhos”. Dentre os representantes do grupo, destaca-se o Paphiopedilum callosum, com flores púrpuras bem formadas e folhagem ornamental variegada. Além da beleza, a espécie também é lembrada pela dificuldade de cultivo e pela divisão de fascículos. “Ela só é indicada para orquidófilos que estudam muito seu trato cultural. Apresenta crescimento lento, nascendo em leques que exibem uma haste central e vão se aglomerando ao longo do tempo. Por isso, nunca devemos cortar as folhas. Elas vão secar e cair naturalmente. O importante é que, antes de um leque morrer, façamos a divisão de fascículos”, ensina Creuza Müller, proprietária do Orquidário da Mata, na capital paulista. A seguir, ela ensina, passo a passo, como fazer o procedimento.
DELICADEZA E PRECISÃO
Para fazer a demonstração, Creuza escolheu uma planta com 4 anos, que está no fim da floração e com substrato em decomposição. Primeiramente, é preciso desenvasar o exemplar e lavá-lo, retirando completamente o antigo substrato das raízes (1). Em seguida, procure o ponto exato entre o fascículo da planta-mãe e o novo leque, separando-os delicadamente com as mãos ou com uma tesoura devidamente esterilizada (2).
Pegue, então, o vaso transparente, que deve ter profundidade adequada ao tamanho das raízes, e insira as pedras britas até 1/3 do recipiente. “O modelo translúcido é melhor, pois facilita a fotossíntese e ainda permite a observação da planta e do substrato, simplificando o acompanhamento de sua sanidade”, comenta a especialista.
Depois, disponha as cascas de pinus (3) e, por cima, faça uma camada com areia grossa (usada normalmente na ornamentação de aquários) (4). Coloque cuidadosamente a planta no interior do recipiente, acomodando bem as raízes e incluindo o esfagno entre elas (5). “A aeração das raízes é fundamental para a absorção de nutrientes e respiração. Por isso, usamos no substrato quatro partes de casca de pinus, uma parte de areia grossa, duas partes de esfagno e 1/3 de pedra brita no fundo do vaso como dreno. O pinus manterá as raízes aeradas e com espaço suficiente para crescer sem sufocá-las. O esfagno conserva a umidade, ao passo que a areia filtra a água, retendo os nutrientes”, destaca Creuza.
Complete, então, o vaso com as cascas de pinus (6) e arremate com uma camada de areia grossa e pinus (7). E pronto, o Paphiopedilum callosum já pode ser colocado no orquidário (8).
“Esta espécie prefere substrato neutro (com pH entre 6,5 e 7), que deverá ser trocado a cada dois anos, em média, ou quando entrar em decomposição. O importante é que ele absorva umidade e tenha excelente drenagem. A planta requer bastante água, mas não pode ficar encharcada”, finaliza a proprietária do Orquidário da Mata, lembrando que é melhor regá-la pela manhã, preferencialmente, com água mineral ou da chuva. Vale informar que é indicada a adubação quinzenal com NPK 30-10-10, suspendendo-a durante o tempo de dormência, que ocorre no outono.
Aprenda a cuidar de Prosthechea, conheça as características e a reclassificação desse gênero.
As Prosthechea são encontradas desde o sul do México até o norte do Brasil, em regiões caracterizadas por matas abertas, úmidas e sazonalmente secas. Portanto, suportam locais mais áridos e com bastante luminosidade. Com cerca de 15 a 20 representantes, é predominantemente epífita, salvo algumas que apresentam hábito rupícola. O orquidólogo Dalton Holland Baptista, de Piracicaba, SP, esclarece que esse gênero é composto por espécies bem diversas, algumas obscuras ou mal esclarecidas, devido à morfologia única ou dificuldade de encontrar material.
Á esquerda, Psh. auricorigena . Acima, Psh. Elfin e Psh. vespa tipo abaixo,
O grupo vem sendo estudado desde 1838, quando foi descrito. A reclassificação mais recente aconteceu em 2002, quando chegou ao número atual de espécies, porém, ainda há discrepâncias entre elas, o que pode gerar novas pesquisas e mais mudanças.
Segundo Mariana Gabriela de Nadai, bióloga do Orquidário Bom Senhor, de Arealva, SP, de maneira geral, elas possuem pseudobulbos espaçados ou aglomerados, longos e curtos, que podem ser cilíndricos, ovais, fusiformes e elípticos. “As folhas são herbáceas ou carnosas, aparecendo de uma a três unidades por pseudobulbo. A inflorescência é longa e ereta, com poucas ou muitas flores, e saem da base do pseudobulbo. As flores são médias ou pequenas, sempre carnosas, porém, apresentam várias formas, algumas arredondadas, outras com pétalas e sépalas aciculares”, descreve, ao complementar que um atributo bem marcante são as flores ressupinadas, isto é, com labelo posicionado na parte superior, dando a impressão de que estão de ponta-cabeça.
Elas desabrocham simultaneamente, portanto, é comum observar uma haste com todas abertas. A tonalidade não é uniforme, predominando as amareladas com manchas, máculas, listras avermelhadas, roxas ou cor-de-rosa e até em nuances de marrom. Determinadas espécies têm cor esbranquiçada. Em relação ao aroma, algumas se destacam, como a Psh. fragrans, que exala forte cheiro de baunilha.
Psh. fragrans à esquerda e Psh. faustum à direita
Ao longo de todo o ano, é possível ver Prosthechea florescendo, já que cada espécie possui comportamento diferente: Psh. fragrans emite flores em agosto, enquanto Psh. inversa floresce entre março e junho, e Psh. vespa, de setembro a dezembro.
Mariana afirma que essas plantas possuem grandes cristais do tipo drusa, distribuídos por pseudobulbos, folhas, flores e frutos, que são fluorescentes quando expostos à luz ultravioleta, para facilitar a visão dos polinizadores. Como são tóxicos, também servem para protegê-las de insetos.
Ela comenta que poucas Prosthechea são desejadas por colecionadores, porque as flores não são muito vistosas. A exceção são aqueles que buscam espécies pequenas. Para ela, as queridinhas são Psh. fragrans, Psh. inversa e Psh. cochleata, que conta com coloração diferente e exótica.
Psh. auriculigerum à esquerda e Psh. cochleata à direita
Acerte nos Tratos
As Prosthechea podem ser cultivadas no Brasil sem grandes dificuldades. Como são encontradas em matas abertas, gostam de bastante luminosidade e rega espaçada, embora consigam suportar ambientes úmidos e sem encharcamento. A bióloga do Orquidário Bom Senhor destaca que essas plantas são adeptas a troncos de madeira e cascas de árvores. “Em vasos, pode-se utilizar substrato bem aerado com a mistura de casca de pinus, fibra de coco e carvão.”
A adubação deve ser intensificada desde o momento em que aparecem as primeiras raízes nos brotos novos até o término do crescimento dos novos pseudobulbos. “Nesse período, é indicado aplicar semanalmente e em doses homeopáticas adubo equilibrado, ou seja, diluindo de metade a um quarto do descrito na embalagem do produto”, ensina.
Após o crescimento, aconselha-se deixar a orquídea em repouso, diminuir a adubação no final do outono e cancelá-la no inverno. Da mesma maneira, as regas precisam ser reduzidas. A melhor época para o replantio é durante a brotação, ou seja, após o inverno. Nesse procedimento, retiram-se as folhas amareladas e raízes secas para transplantá-la para o substrato novo. “Se estiver fixada em placas de madeira, não é necessário o replantio”, completa a especialista paulista.
Algumas espécies de Prosthechea são resistentes a pragas, como a Psh. fragrans, que é cultivada em ambiente quente e seco. Mas, a maioria pode ser atacada por cochonilhas e pulgões, principalmente na fase de brotação. Para quem tem poucos exemplares, a dica de Mariana é realizar o controle manual, no entanto, quando a coleção é grande, o ideal é usar inseticidas.
Reclassificação
As Prosthechea são muito confundidas com as Encyclia, porém, por meio de estudos filogenéticos, concluiu-se que são bem diferentes. Com as pesquisas, o grupo Prosthechea foi dividido em outros, como Hormidium, Anacheilium, Pseudencyclia, Panarica, Pollardia. Alguns exemplos de espécies transferidas são:
Descubra como plantar orquídeas em vasos de madeira com passos fáceis para garantir o crescimento saudável.
Dentre a grande diversidade de vasos encontrados para o plantio de orquídeas, existe o meio-vaso feito de ripas de madeira, que está disponível em diversos tamanhos. Os modelos menores são usados principalmente para apoiar micro-orquídeas. O procedimento é bastante simples e pode ser realizado em casa, como demonstra o orquidófilo Reinaldo Ilaci, do Orquidário Paulista, de São Paulo, SP. Para ensinar as etapas do plantio, ele utilizou uma Staurochilus ramosus.
VOCÊ VAI PRECISAR DE: Exemplar de micro-orquídea, musgo, meio vaso de madeira, alicate e arame
O PLANTIO O primeiro passo é retirar a orquídea do vaso (1), puxando-a delicadamente para não machucá-la. Em seguida, elimine o substrato antigo (2) e deixe as raízes livres (3). Pode-se aproveitar esse momento para cortar as raízes velhas e mal formadas. Ilaci ensina que agora é hora de preparar o meio-vaso de madeira, colocando um pouco de musgo na parte côncava (4) e, na sequência, posicionando a muda centralizada sobre o substrato (5).
Para assegurar que a planta fique bem fixada, corte um pedaço de arame usando o alicate (6) e passe-o entre as aberturas das ripas (7). Por fim, trance as pontas na parte traseira do vaso (8). “É importante tomar cuidado para não apertar demais, o que pode causar ferimentos no exemplar”, alerta o orquidófilo.
Ao final, coloque a placa de identificação com o nome da orquídea na parte superior do vaso (9). Depois do plantio, basta oferecer água, adubo e luminosidade conforme as exigências da espécie.
Descubra a Beleza da Cattleya labiata tipo, Cattleya bicolor, Miltonia clowesii aurea, Comparettia macroplectron, Calanthe vestita, Brassia arachnoidea e Muito Mais
Você é apaixonado por orquídeas e quer conhecer espécies exóticas e raras? Então, não pode perder o nosso mais novo vídeo no Canal Jardins.Blog.br! No primeiro episódio da série “30 Espécies de Orquídeas”, apresentamos algumas das mais incríveis orquídeas que você pode cultivar em casa. 🌺
Neste vídeo exclusivo, exploramos a beleza e as características de espécies fascinantes, como a Cattleya labiata tipo, Cattleya bicolor, Miltonia clowesii aurea, Comparettia macroplectron, Calanthe vestita , a intrigante Brassia arachnoidea, dentre outras. Cada uma dessas orquídeas traz algo único para o seu jardim, seja pela cor, forma ou aroma. 🌷✨
Não importa se você é um iniciante ou um colecionador experiente de orquídeas, este vídeo foi feito para quem ama plantas, paisagismo, e quer estar em contato direto com a natureza. 🌿🌞
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Explore o Vandário de Inhotim, em Brumadinho, que abriga uma coleção única de orquídeas tropicais, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
No Jardim Botânico Inhotim, em Brumadinho, MG, está localizado o único vandário aberto ao público no Brasil. O gênero Vanda compreende diversas espécies originárias do Sudeste Asiático e Austrália, que se desenvolvem facilmente em climas tropicais e possuem alto valor comercial.
São mais de 700 exemplares, entre espécies e híbridos, reunidos para contemplação no novo espaço do Instituto Inhotim, que faz parte do projeto de conservação dessas orquidáceas. A coleção tem plantas importadas, em sua maioria, da Tailândia, outras, da Alemanha, e duas ou três espécies reproduzidas por sementeira no Brasil. “O grupo Vandaceous está ameaçado de extinção na região de origem em consequência do avanço do agronegócio”, afirma a analista ambiental do projeto Flora Orchidaceae Inhotim, Diva Silva, responsável pelo vandário.
Encontradas em regiões pantanosas, as vandáceas usam as árvores como suporte, mantendo suas raízes soltas. Além disso, vegetam em locais quentes, iluminados e ventilados. Suas inflorescências são abundantes, apresentando de 10 a 20 flores em uma única haste, que duram cerca de um mês. O grupo é composto por espécies e híbridos de diversos gêneros, como Aerides, Arachnis, Ascocentrum, Christensonia, Neofinetia, Vandopsis, Renanthera, Rhynchostylis, Sarcochilus, Holcoglossum, Trudelia, Paraphalaenopsis, Doritis e Phalaenopsis. O gênero Vanda se destaca pelas flores grandes e de colorido diferenciado.
RARIDADES
Os visitantes podem contemplar no espaço exemplares de Ascocenda Muang Thong ‘Pink Charm’, clonada recentemente, as anãs Dyakia hendersoniana, que produzem hastes florais de até 15 cm com aproximadamente 40 flores perfumadas na cor rósea, Ascocentrum miniatum com o tom alaranjado dominante, a multicolorida e delicada Rhynchorides Bangkok Sunset e também Vascostylis Janice Allison, com flores rosadas e aromáticas que contrastam com o labelo rosa-escuro.
JARDINS TEMÁTICOS
Inaugurado em 22 de março, o vandário está inserido no projeto Jardim Botânico Temático, cuja proposta é promover a sensibilização do público sobre a utilidade e o valor dos recursos vegetais para a vida na Terra. O espaço dedicado às vandáceas é o segundo criado pelo instituto. O primeiro, o Jardim de Pedras, foi instalado ao lado do Viveiro Educador e é inspirado nas paisagens desérticas do México, no qual destacam-se vegetações de clima desértico, como cactáceas, crassuláceas, euforbiáceas, entre outras. Em breve, serão ainda implantados dois novos locais para visitação botânica: a reprodução de um jardim amazônico e outra dos campos rupestres ferruginosos, conhecidos como vegetação de canga, presentes nas áreas de mineração.
VISITAÇÕES
O local está aberto ao público de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30. Aos sábados, domingos e feriados, o horário de funcionamento é das 9h30 às 17h30. Mais informações: (31) 3571-9753 e www.inhotim.org.br
Texto Janaina Silva
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