Aprenda a cultivar mini e micro-orquídeas em casa e descubra os cuidados essenciais para flores deslumbrantes.
Falta de espaço não é desculpa para não ter um orquidário em sua casa. As pequenas espécies podem ser cultivadas em espaços diminutos e são conhecidas como mini ou micro-orquídeas. A classificação de uma ou outra não é fácil de se fazer, pois há controvérsias quanto a isso, mas, de acordo com o professor e orquidófilo René Rocha em seu livro “ABC do orquidófilo – de uma, várias ou muitas orquídeas” (Editora Agronômica Ceres, 2008), é chamada de micro-orquídea aquela de flores minúsculas que não atingem mais do que 1 cm. Já as mini orquídeas são plantas menores, porém, de flores grandes em relação ao seu porte.
“Há ainda as realmente micro, cuja planta e flor são muito pequenas, como exemplo a Phymatidium delicatum”, acrescenta Henrique Ribeiro, engenheiro agrônomo e diretor da BR Orquídea. Já Patrick van der Weijer, engenheiro agrônomo da Ecoflora, diz que a produção das miniphalaenopsis realizada por eles segue os padrões europeu e americano, sendo plantadas em pote 06, com altura de 35 cm e flores de 5 cm.
CUIDADOS NECESSÁRIOS
O engenheiro da Ecoflora afirma que os cuidados com as miniphalaenopsis são os mesmos que se deve ter com as de tamanho maior. “A flor necessita de ambientes sem muita variação de temperatura; local ventilado, mas com pouco vento; e seu substrato deve estar levemente úmido, podendo secar eventualmente. Recomenda-se molhar o substrato uma vez a cada dez ou sete dias, escoar bem e nunca deixar água no prato, pois a raiz pode apodrecer.”
Vale lembrar que cada espécie possui necessidades específicas, portanto, estude sobre a planta que possui para conhecer melhor os cuidados de que ela necessita. Porém, alguns pontos podem ser levados em consideração para a grande maioria das pequenas orquídeas. De acordo com Rocha, as mini-orquídeas possuem raízes finas e delicadas, além disso, seus pequenos caules e pseudobulbos possuem reservas reduzidas. “Não podem desidratar de modo nenhum, sob pena de definharem rápido. Encontrar o melhor microambiente para cada uma delas é o segredo.”
Ribeiro acrescenta que na natureza, as plantas de pequeno porte estão sempre por debaixo das maiores, portanto, necessitam de um local com menos luminosidade e uma condição de umidade mais elevada do que as maiores. “Elas são mais suscetíveis às variações climáticas. Assim, se tivermos que mudá-las de local, sempre se deve ficar atento às mudanças de habitat, para que sofram o menor estresse possível.”
CONHECENDO MELHOR
“Pela grande diversidade da família Orchidaceae, podemos encontrar inúmeras variações quanto ao porte de planta, tamanho, forma, flor, cor e habitat. A classificação por porte e tamanho das flores está mais relacionada a separar e julgar as plantas nas exposições e também definir os colecionadores. Há aqueles que se dedicam apenas ao cultivo das mini ou micro-orquídeas”, explica Ribeiro.
Mas não confunda as pequenas com espécies maiores que podem ter florescido menores, pois, de acordo com o engenheiro, esta alteração também está relacionada ao cultivo ao qual a planta é submetida. “Plantas mal cultivadas atingem porte, número e tamanho das flores menores em relação às plantas com cultivo adequado, independentemente de sua classificação como micro, mini, grandes ou simplesmente botânicas.”
Dentre as micro citadas por profissionais estão Ornithophora radicans, Ornithocephalus myrticola, Chiloschista parishii, Pleurothallis e Erycina. E entre as minis, Laelia pumila, Maxillaria schunkeana, Oncidium equitante e Sophronitis coccínea. “Através do cruzamento entre as espécies, também é possível criarmos novos híbridos com características em relação ao porte da planta, tamanho, número de flores e outras especificidades. Desta forma, podemos reduzir o porte da planta e flores, como exemplo, as miniphalaenopsis”, explana Ribeiro. “Há espécies que aceitam melhor o cruzamento, mas não é somente isso. É necessário que ela tenha capacidade de transmitir aos seus descendentes as características que o geneticista está procurando, caso contrário o híbrido pode não ter valor comercial”, conclui.
Conhecidas algumas de suas características, como bem escreveu Rocha, compre uma boa lupa e prepare-se para grandes emoções. Pois a beleza destas pequenas espécies não pode passar despercebida
Texto Carolina Pera. Fotos [1] Divulgação/Ecoflora, [2] Gustavo Xavier, [3] Hamilton Penna, [4] Marcelo Donadussi e [5] Marcelo Quintanilha.