Descubra como replantar orquídeas simpodiais e evitar o apodrecimento das raízes com um substrato ideal e cuidados essenciais para o sucesso.
Reinaldo Ilaci, orquidófilo e proprietário do Orquidário Paulista, de São Paulo, SP, ensina o procedimento em exemplares simpodiais, isto é, que possuem crescimento lateral a partir de novos brotos, como Cattleya e Laelia, usando a mesma combinação de materiais.
Normalmente, o carvão é utilizado em churrasqueiras, fornos e sistemas de aquecimento, mas também possui um excelente desempenho como substrato, sobretudo em lugares úmidos, já que é bastante aerado e facilita o escoamento da água, evitando o encharcamento das raízes.
Além disso, o profissional menciona que o produto é um bactericida natural, pois repele algumas pragas, por exemplo, caramujo e lesma, e, quando utilizado como substrato, deve ser novo para não prejudicar a planta. No entanto, ele alerta que o carvão retém uma grande quantidade de sal proveniente das adubações e precisa ser lavado uma vez por mês.
“Basta regar abundantemente com água limpa. Caso a orquídea fique exposta à chuva, esse procedimento não é necessário.”
Como o material é inerte – não oferece nutrientes – a adubação precisa ser semanal, inclusive com aplicação de adubo orgânico, para garantir o bom desenvolvimento do exemplar. “O substrato pode ser trocado a cada dois ou três anos”, afirma.
Vale lembrar que o uso do musgo na mistura é essencial para armazenar água e evitar que a planta desidrate, principalmente aquelas que necessitam de umidade constante. Acompanhe as orientações de Ilaci para replantar simpodiais.
Sem dificuldade
O orquidófilo escolheu replantar um exemplar híbrido de Cattleya que não conseguia enraizar devido ao excesso de umidade, pois estava plantado em um vaso plástico. Se o transplante não fosse realizado, as raízes poderiam apodrecer.
Primeiramente, retire a planta do recipiente (1), puxando-a delicadamente. Elimine o substrato antigo (2) e, se necessário, corte as raízes velhas ou mal formadas usando a tesoura de poda limpa e esterilizada.
Coloque uma camada de cerca de 2 cm de isopor em cubos no fundo do vaso de barro com furos laterais para servir de dreno (3). “As pragas não gostam desse material, por isso, não aparecem. Elas preferem pedra brita”, afirma Ilaci, acrescentando que o isopor ideal é aquele empregado como proteção em caixas de eletrodomésticos da linha branca (lavadora de roupas, geladeira, microondas, etc.).
Em uma vasilha à parte, misture quantidades iguais de isopor, carvão vegetal e musgo (4) e reserve. A seguir, disponha a orquídea no vaso de barro com isopor, encostando a traseira do exemplar na lateral do recipiente (5). Preencha os espaços com a mistura de isopor, carvão e musgo, deixando o substrato mais compactado, principalmente rente à parede do vaso (7), mas sem apertar demais para não travar o crescimento das raízes. “Não cubra o rizoma, pois ele precisa respirar”, alerta o orquidófilo.
Finque a estaca de madeira para dar sustentação e amarre-a ao vegetal usando o fitilho (8), porém, evite apertar demais para não prejudicar a circulação de seiva. Ao finalizar, irrigue moderadamente. “Em seis meses, estará bem enraizada (9). Os cuidados dedicados à orquídea dependerão da espécie replantada”, conclui Ilaci.
Texto Renata Putinatti Fotos Tatiana Villa