Jardim de Veraneio: Convivência e Natureza

Descubra como os arquitetos combinaram elementos naturais e espaços de confraternização.

Um espaço para confraternizações, seja piquenique no gramado, café da manhã ao ar livre, luau ao entorno da fogueira e até festas juninas, aniversários, entre outras festividades. É assim que os arquitetos paisagistas, Luiz Gustavo e Luiz Felipe Camargo Gomez, de São Paulo, SP, criadores da Folha Paisagismo, idealizaram o jardim da morada de veraneio, localizada na cidade de Araçariguama, no interior paulista.

Como desde pequenos foram incentivados pelos pais para o contato com a natureza, ao adquirirem o terreno há quatro anos, tiveram a proposta de torná-lo um local para estudos, testes de composições e espécies, que nunca estará integralmente finalizado. “O plantio de árvores e plantas, o crescimento e o desenvolvimento das espécies e frutos sempre foram assunto dentro e fora de casa”, comentam.

De acordo com eles, inicialmente, o lote não apresentava sequer o acesso para carro, sendo necessária a movimentação da terra para a criação dos recantos. “Para nós, o mais importante nessa casa de campo é o jardim. Tudo foi pensado para aproveitar o máximo dele e dos espaços”, enfatizam os irmãos.

Pelos 8 mil m² de área verde, os irmãos exploram o uso dos elementos água e fogo e da diversidade de tons e texturas, que se transformam ao longo das estações do ano, com destaque para as espécies fórmio-rubro (Phormium tenax), bromélia Porto-Seguro (Aechmea blanchetiana), bromélia Imperial (Alcantarea imperialis), capim-do-texas (Pennisetum setaceum), cica (Cycas revoluta), manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis), guaimbê de folha ondulada (Philodendron undulatum), palmeira-fênix (Phoenix roebelenii), falso-íris (Neomarica caerulea), bananeira-de-jardim (Ensete ventricosum), pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata) e grama-esmeralda (Zoysia japonica).

Inexistente anteriormente, o lago foi projetado e é um convite à contemplação na proposta dos arquitetos paisagistas. Luiz Gustavo e Luiz Felipe explicam que queriam o recurso para a criação de marrecos e também para se beneficiarem do conforto ambiental produzido pela presença aquática e pelo som do movimento. “Primeiro, fizemos a escavação para definir o tamanho e o formato, revestindo a estrutura com manta impermeabilizante direto sobre o solo, com as instalações hidráulicas”, detalham.

Nos caminhos em que passam os automóveis, foi utilizada brita fina, bastante permeável, e nas áreas externas e varandas, há pedra, arenito vermelho e cerâmica.

Os profissionais contam que não passam uma semana sem irem ao “nosso paraíso”, como chamam o local, e que passam por lá, pelo menos, dois dias, nos quais descansam e se inspiram para os novos projetos. Com formação em arquitetura pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e em paisagismo pelo Instituto Brasileiro de Paisagismo (IBRAP), eles descrevem que a escolha foi natural, pois sempre souberam o que queriam ser. Para eles, é impossível dissociar as duas áreas. “Em nossos jardins é marcante a integração com a arquitetura”, afirmam.

A combinação de estilos, do tropical ao desértico, do clássico ao contemporâneo, está presente nesse projeto. “Não há uma linha demarcatória de divisões estilísticas. Todos os espaços dialogam entre si, fundindo-se numa composição única”, destacam. Para mantê-lo, possuem a ajuda de um caseiro que também é jardineiro, que cuida das espécies diariamente sob a supervisão e orientação dos arquitetos paisagistas. “Nossa alegria é tê-lo repleto de amigos e familiares”, concluem.

Texto Janaína Silva. Fotos Gui Morelli.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *