Descubra como criar um jardim tropical encantador.
Por estar localizada em meio à metrópole, a morada ganhou um jardim tropical com proporções urbanas, exigindo a criação de um muro para isolar o visual da rua e das fachadas dos vizinhos. Assim, a paisagista Paula Bergamin, do Rio de Janeiro, RJ, responsável pelo projeto paisagístico, apostou em espécies de crescimento rápido e com boa altura para criar uma barreira verde e deixar a área mais privativa.
OBRAS DE ARTE
Esculturas pontuam os espaços ajardinados para apreciação, enriquecendo o local com cores, materiais e formas. Pelo passeio, é possível se deparar com estrutura diagonal de aço pintada de amarelo, da coleção do artista austríaco radicado no Brasil Franz Weissmann. Além de outras em bronze, como a Donzela, assinada pela artista gaúcha Sônia Ebling.
CADA ESPÉCIE, UMA FUNÇÃO
O terreno foi modelado por meio do aterro. “Na lateral, onde tem a varanda, foi retirada uma escada. Dessa maneira, conseguimos aumentar a parte plana e o gramado”, completa. Nessa área, a paisagista criou um canteiro para receber jasmim-manga (Plumeria rubra), que foi transplantada, enquanto a palmeira-washingtônia (Washingtonia robusta) foi mantida no mesmo lugar.
Para elaborar o muro na frente da área da piscina, foram usadas palmeiras do tipo areca-bambu (Dypsis lutescens), árvore-do-viajante (Ravenala madagascariensis), cheflera (Schefflera actinophylla) e palmeira-de-macarthur (Ptychosperma macarthurii). A paisagista também se preocupou em adicionar espécies com flores perenes. “Em um jardim de proporções menores, é importante ter sempre flores”, diz. Por isso, apostou na alpínia (Alpinia purpurata), ixora (Ixora coccinea), helicônia-papagaio (Heliconia psittacorum) e primavera (Bougainvillea spectabilis). Logo na entrada, como uma divisória para a piscina, usou azaleia (Rhododendron simsii). “Apesar de ser uma espécie que floresce apenas uma vez por ano, é muito bonita e, sem flores, funciona como um arbusto neutro”, frisa. Logo ao lado da porta de entrada, a palmeira-laca (Cyrtostachys renda) dá as boas-vindas com sua beleza. “Para escolher os exemplares, a minha maior preocupação era de que cumprissem a função de bloqueio de vistas indesejadas, que fossem resistentes e de crescimento rápido”, conta a paisagista.
TOQUE DE CHARME
A partir dos azulejos portugueses já existentes na decoração da porta de entrada, a profissional teve a ideia de criar um painel na parede lateral com o mesmo material, servindo de fundo para um elemento aquático composto por um tanque com três bicas e vasos azuis vietnamitas. Paula destaca que a intenção é fazer com que eles se encham e derramem a água lentamente, criando um efeito visual e sonoro agradável. “O uso da água no jardim sempre enriquece o projeto, tanto pelo caráter exclusivo como original. A visão de um passarinho tomando banho ou bebendo água emociona as pessoas. O som manso da água traz um bem-estar imediato”, enfatiza. Além disso, para ela, o uso de obras de arte acrescenta um caráter sofisticado e diferente. “O jardim valorizou a arquitetura clássica da casa, deu ênfase à entrada e portas. A piscina ainda foi emoldurada por um painel com orquídeas (Orchidaceae) e bromélias (Bromeliaceae), pois não havia espaço para plantar no local sem atrapalhar a circulação”, finaliza.
Texto Vanessa Barcellini.Fotos Alessandro Guimarães.