Aprenda a selecionar o vaso adequado e cuide das raízes para manter suas orquídeas sempre exuberantes.
Parece um mero item, mas utilizar o vaso apropriado ao tipo de orquídea pode significar vida longa às diversas variedades. Se a saúde das orquidáceas é visível em relação à beleza e ao colorido das flores ou ausência de pragas, pode-se apostar que o recipiente em que elas estão inseridas também contribui para este efeito.

A regra básica de sobrevivência delas é se fixar em algo.
De acordo com Reinaldo Ilaci, orquidófilo e proprietário do Orquidário Paulista, em São Paulo, SP, a raiz funciona como demarcação e conquista de território. Quando a orquídea está enraizada no tronco da árvore, não tem a pretensão de sugar nada da árvore, apenas a necessidade de suporte. Por esse motivo, o orquidófilo insiste na atenção com o sistema radicular. “Se forem usados vasos muito grandes para plantas com raízes pequenas, demandará energia demasiada para se prender. Com o desgaste, ela pode não conseguir sobreviver”, explica.
Para as que possuem essas estruturas maiores, o vaso deve ser mais profundo e comportá-las com bastante espaço. Sendo assim, os recipientes rasos são adequados para as de raízes menores e finas, como as representantes do Bulbophyllum.

As principais diferenças entre as peças estão no tamanho (altura e largura), tipos de furo (para escoamento da água e ventilação) e material.
O primeiro passo a ser levado em consideração é o porte do exemplar que pretende-se plantar. “A função de cada vaso é bem prática: quanto menos furos possuir, menos água a planta deverá receber, já que o escoamento será mais demorado. Para os que têm bastante furos, deve-se acrescentar mais água, pois levará menos tempo para escoar”, explica a orquidófila Katia Almeida, do Orquidário Morumby, na capital paulista. Não há erro e nem segredos para escolher o tipo de material. Os de plástico mantêm bastante a umidade, enquanto os de barro também cumprem esta função, mas liberam a água aos poucos. Na realidade, não existe uma regra específica, antes, deve-se pensar no desenvolvimento da planta. Por exemplo, Phalaenopsis e Paphiopedilum podem ser dispostos nos de plástico transparente, enquanto algumas Cattleya preferem o cerâmico. Já os de formato de cuia, recebem bem Coelogyne e Dendrobium. O vazado é melhor para Dracula e Stanhopea, e o preto de plástico é recomendado para a maioria, como Laelia, Oncidium e Vanda. Segundo Ilaci, o ambiente em que o vaso está inserido também é muito importante e merece uma atenção especial. “A questão térmica deve ser lembrada. Os de barro, por exemplo, retêm pouco calor e, por isso, são os mais indicados”, afirma.

Para Katia, vasos são como roupas, por isso, é natural a preocupação estética. Assim, se quiser um efeito decorativo, o uso de cachepôs esmaltados, por exemplo, pode servir para esconder modelos cerâmicos ou plásticos. “Lembre-se de que não é indicado plantar diretamente nestes tipos esmaltados, mesmo que haja furos”, frisa a especialista. “Os recipientes têm a função de oferecer as melhores condições possíveis às plantas ou, pelo menos, as semelhantes encontradas na natureza.”
Fique atento à manutenção. É comum taxar o crescimento de limo em vasos cerâmicos como um charme à parte, porém, é necessário limpar sempre que notar a coloração verde, uma vez que atrai pragas. Geralmente, o momento adequado para realizar a troca de substratos acontece depois de três anos (para espécies com crescimento vertical).
Texto Amanda Costa Fotos [1] Antonio Di Ciommo, [2] Gui Morelli [3] Hamilton Penna e [4] Tatiana Villa