Em Campos do Jordão, SP, predomina o estilo clássico nos jardins floridos e espaços contemplativos.
Convidados a revitalizar o jardim de 6 mil m² e a criar uma nova área de lazer na morada de campo na cidade serrana de Campos do Jordão, SP, os arquitetos paisagistas Beatriz e Eduardo Mera, do escritório paulistano Mera Arquitetura Paisagística, aproveitaram a topografia do terreno para a construção e unificaram a linguagem paisagística. O resultado é uma área verdejante bastante acolhedora e com um toque de romantismo. “O estilo do jardim é o clássico caracterizado por topiarias, canteiros bem delimitados com floríferas e caminhos que conduzem a espaços de estar e contemplação”, definem.
Por se tratar de uma reforma, muitas espécies arbóreas e arbustivas foram mantidas. Os arquitetos paisagistas explicam que, como havia uma grande quantidade de buxinhos (Buxus sempervirens) no projeto original e que estes aceitam bem o transplante, os exemplares foram relocados para nova área e são presença marcante pelo formato topiado. Forrações de lavanda (Lavandula sp.), beijo-pintado (Impatiens hawkeri), miniazaleia (Rhododendron simsii) e hortênsias (Hydrangea macrophylla) colorem e adicionam um ar romântico à proposta paisagística. “As espécies foram escolhidas pela adaptação às condições climáticas”, destacam.
Pelo tapete verde composto por grama-são-carlos (Axonopus compressus), que suporta bem as baixas temperaturas locais, dormentes de madeira marcam os novos caminhos, margeados pelas espécies agapanto (Agapanthus africanus), lavanda, beijo-pintado, azaleias e viburnos (Viburnum suspensum). “A madeira se adapta a terrenos com declives, criando degraus incorporados ao gramado.”
Os arquitetos paisagistas comentam que um dos desafios foi acomodar a nova construção respeitando a topografia do terreno. “Os proprietários solicitaram um espaço que abrigasse spa, sauna, sala de ginástica e vestiários. Para preservar a vista da casa principal, o módulo de lazer foi encaixado no talude próximo à quadra”, explicam. Uma das paredes externas recebeu uma estrutura de ripado de madeira cumaru para acomodar vasos cerâmicos. “A ideia é plantar flores anuais para que sejam trocadas em todas as temporadas, mantendo o painel sempre florido.”
“O que mais gostamos é a conexão e a fluidez entre as diferentes áreas de uso externo da casa que favorecem e convidam ao uso”, enfatizam. Pela extensão, recantos e cantinhos contemplativos são perfeitos para admirar a paisagem, cercados pelo verde abundante. A manutenção foi pensada para que o jardim esteja sempre bonito e bem cuidado. A irrigação é automatizada de acordo com as necessidades hídricas das espécies e, semanalmente, o responsável promove a limpeza do espaço. A adubação e as podas dos viburnos, buxinhos e tuias (Cupressaceae) são trimestrais.
Projeto paisagístico Mera Arquitetura Paisagística
Texto Janaina Silva. Fotos Gui Morelli
