Aprenda a cultivar Ludisia discolor com dicas sobre plantio, cuidados e técnicas para manter suas folhas vibrantes e saudáveis.
Ao contrário da grande maioria das orquídeas que são procuradas pelas belas flores, a Ludisia discolor também é querida pela folhagem farta. Descrita pela primeira vez em 1818 por John Ker Gawler como Goodyera discolor, foi transferida para o gênero Ludisia na década de 1970 e é até hoje a única planta do grupo. Nativa das florestas úmidas da Índia, Myanmar, China, Vietnã, Laos, Camboja e Malásia, é terrestre, mas também ocorre em rochas. De acordo com Creuza Müller, proprietária do Orquidário da Mata, da capital paulista, a orquidácea possui folhas com 7 a 10 cm de comprimento e 3 a 4 cm de largura. Suas inflorescências, com dez a 20 unidades, nascem no ápice do broto, estendendo-se até 20 cm de altura. Com diâmetro de 2 cm, têm pétalas brancas, labelo com centro amarelo e podem ser vistas na primavera. “A Ludisia discolor é popular por causa das lindas folhas, que têm fundo escuro verde com veias vermelhas ou douradas na superfície de cima. São ainda brilhantes quando iluminadas e, por isso, as pessoas gostam de cultivá-la mesmo sem flores”, relata. A especialista recomenda o cultivo em vasos de plástico, cerâmica ou madeira largos e baixos para permitir o crescimento das raízes, que se arrastam e logo se espalham pela superfície. A espécie gosta de ambientes sombreados e com alta umidade. A seguir, Creuza explica como fazer a divisão de touceira e o plantio das mudas. É fácil e rápido. Vamos lá?
SEM COMPLICAÇÃO
O procedimento começa com a retirada das mudas da planta-matriz, que neste caso tem 15 anos e está cheia delas. Com a tesoura de poda ou com as próprias mãos, destaque suavemente o ramo (1). Em seguida, retire dele as mudas (2). “É preciso ter a sensibilidade de observar e a paciência de aprender com a natureza. Esta planta dá as indicações, basta só olhar as marcações. Chamo este processo de ‘destaque e plante’”, ensina Creuza. Reserve as mudas retiradas da planta-matriz. Agora é hora de preparar o plantio. Pegue o vaso (que deve ter uma superfície grande para abrigar a espécie, que tem crescimento rápido) e coloque os pedriscos para fazer o dreno (3). Com o ancinho, espalhe bem os pedriscos (4). Depois, forre com a manta de bidim (5). “Além de beneficiar a drenagem, ela impede que a terra caia pelos orifícios. Se preferir, é possível usar tela de plástico com trama bem fechada”, informa a especialista. Insira, então, a terra orgânica vegetal (6), o mix de esfagno, carvão e cascas de árvore (7) e, por fim, o húmus de minhoca (8). “Use estes ingredientes na proporção 2 x 1 x 0,5. A terra industrializada tem garantia contra pragas e doenças e o húmus de minhoca é um adubo natural rico em nutrientes.” Misture os componentes com o ancinho (9) para dar uniformidade ao substrato. A seguir, com a pá, faça um orifício e insira a muda (10). Para fixá-la bem no substrato, prenda-a com o ganchinho (11), que pode ser feito em casa com qualquer pedaço de metal maleável. Repita o mesmo procedimento com todas as mudas, dispondo-as no centro do recipiente, para que ela possa crescer mais livremente. Borrife a terra com água e enraizador (12). “A Ludisia discolor é sensível a bactérias e fungos. Por isso, tome cuidado ao regar, não molhando as folhas”, explica Creuza. E pronto! “Ofereça à planta adubo orgânico de três em três meses e adubo foliar rico em nitrogênio, quinzenalmente, que vai favorecer o crescimento de raízes, rizomas e folhas”, finaliza.
VOCÊ VAI PRECISAR
Vaso baixo de cerâmica, manta de bidim, terra orgânica vegetal industrializada, húmus de minhoca, mix de esfagno, carvão e cascas de árvore, pedras para o dreno, borrifador com água e enraizador, tesoura de poda esterilizada, ganchinhos de metal, ancinho e pá.
Texto Paula Andrade Fotos Monica Antunes
