Pequenos Espaços para Grandes Sabores

À esquerda, Ao Ar Livre. À direita, Jardim Prático.

Hortas enxutas garantem temperos, ervas e hortaliças frescos e elevam o nível do bem-estar em casa 

Com os preços de temperos, ervas e hortaliças cada vez mais altos Brasil afora, além do exaustivo uso de agrotóxicos, uma opção atraente tem ganhado mais adeptos em casas e apartamentos das regiões metropolitanas: as pequenas hortas em espaços enxutos. Fora os benefícios diretos à saúde, ainda há os ganhos em termos de bem-estar. “O ato de cultivar representa uma experiência muito forte para adultos e crianças, contato perdido nos dias atuais. Cuidar de uma horta em casa eleva a consciência ecológica e proporciona uma vida mais saudável, gerando sensação de relaxamento”, reflete a arquiteta paisagista Celeste Moraes, de Campinas, SP.

São muitas as opções de temperos e ervas aromáticas que se adaptam bem a ambientes reduzidos. Entre eles, destacam-se manjericão (Ocimum basilicum), alecrim (Rosmarinus officinalis), hortelã (Mentha sp), cebolinha (Allium fistulosum) e pimentinhas (Solanaceae) – estas últimas ainda garantem um colorido todo especial aos pequenos espaços. E não para por aí: capim-limão (Cymbopogon citratus), erva-mate (Ilex paraguariensis), orégano (Origanum vulgare), camomila (Matricaria recutita), estragão (Artemisia dracunculus), salsa (Petroselinum crispum) e baunilha (Vanilla sp) também figuram nessa generosa lista. “O cultivo das hortaliças é um pouco mais complexo, pois requer mais espaço”, considera o paisagista Gilberto Elkis, de São Paulo, SP. Para lugares um pouquinho maiores, vale apostar em alface (Lactuca sativa), rúcula (Eruca sativa), beterraba (Beta vulgaris esculenta), cenoura (Daucus carota) e frutíferas como morangos (Fragaria vesca), romãs (Punica granatum) e laranjinha-kinkan (Citrus japonica). “Se houver espaço para uma treliça na vertical, o maracujá (Passiflora sp), por ser trepadeira, comporta-se muito bem”, acrescenta Celeste. Assim, o morador pode aproveitar alimentos fresquinhos sem a temida quantidade de agrotóxicos depositada naqueles vendidos normalmente.

COMO CUIDAR?
Varandas e terraços são excelentes locais para elaborar uma horta, mesmo que possuam dimensões reduzidas. Na ausência dessa alternativa, há possibilidade de se escolher um espaço dentro de casa – como uma parede de cozinha, peitoril de janela, cantinho da copa ou sala. “Os itens mais importantes em qualquer local dizem respeito à iluminação natural, terra e rega adequadas”, destaca a arquiteta paisagista Cilene Lupi, de São Paulo, SP. Além disso, adubação e pulverização em caso de pragas são pontos importantes a se considerar, como indica a paisagista Catê Poli, da mesma cidade. Precisa-se manter a terra úmida e com textura fofa, mas cuidado: regar demais pode ser tão fatal quanto não regar. “O início da manhã e o final da tarde são os períodos mais indicados”, complementa Elkis.

Após a escolha do espaço, é necessário definir qual recipiente receberá as espécies. São diversas opções – desde os simples vasos e floreiras a estruturas modulares verticais. Estas últimas são mais modernas e bastante práticas, além de gerarem um efeito decorativo de impacto. “Os jardins verticais embelezam espaços internos revestindo as paredes com tons verdes que enchem de vida o lar”, finaliza o profissional.

NA VARANDA
No projeto da paisagista Catê Poli, o cachepô em madeira cumaru de 2,0 x 0,80 m feito em dois patamares possui 0,40 m de profundidade e revestimento com chapas de zinco que formam nichos para separar os temperos. Nesta horta, há manjericão, hortelã, cebolinha, sálvia (Salvia officinalis) e orégano.

PELA COZINHA
A cliente da arquiteta paisagista Cilene Lupi desejava uma horta que facilitasse o seu dia a dia na cozinha. O espaço foi dividido em área de descanso e gourmet, onde os cachepôs foram distribuídos com pimenta, cebolinha e manjericão. Para arrematar, uma estrutura de vidro em cima da mesa e diversos vasinhos recebem outros temperos.

AO AR LIVRE
Com um espaço considerável à disposição, a arquiteta paisagista Celeste Moraes apostou em uma estrutura de tijolos para receber espécies como alecrim, cebolinha, salsinha, beterraba, orégano e erva-cidreira. Além dos vegetais frescos, obteve uma estética rústica para complementar a decoração.

JARDIM PRÁTICO
O jovem casal proprietário dessa casa queria um projeto paisagístico que aliasse bem-estar e contemplação à funcionalidade e praticidade, desejo atendido pela horta com acabamento em madeira cumaru do paisagista Gilberto Elkis. Alecrim, manjericão, hortelã, orégano e sálvia foram algumas das espécies incluídas na estrutura.

Texto Cristina Tavelin

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