Como Cuidar do Paphiopedilum

Aprenda a cuidar do Paphiopedilum e domine a técnica de divisão de fascículos.

Adorado por muitos colecionadores, o gênero Paphiopedilum conta com cerca de 60 espécies endêmicas do Sudeste Asiático, que encantam pelas flores inusitadas, semelhantes a queixos e sapatos. Por essa razão, são conhecidas popularmente como “sapatinhos”. Dentre os representantes do grupo, destaca-se o Paphiopedilum callosum, com flores púrpuras bem formadas e folhagem ornamental variegada. Além da beleza, a espécie também é lembrada pela dificuldade de cultivo e pela divisão de fascículos. “Ela só é indicada para orquidófilos que estudam muito seu trato cultural. Apresenta crescimento lento, nascendo em leques que exibem uma haste central e vão se aglomerando ao longo do tempo. Por isso, nunca devemos cortar as folhas. Elas vão secar e cair naturalmente. O importante é que, antes de um leque morrer, façamos a divisão de fascículos”, ensina Creuza Müller, proprietária do Orquidário da Mata, na capital paulista. A seguir, ela ensina, passo a passo, como fazer o procedimento.

DELICADEZA E PRECISÃO

Para fazer a demonstração, Creuza escolheu uma planta com 4 anos, que está no fim da floração e com substrato em decomposição. Primeiramente, é preciso desenvasar o exemplar e lavá-lo, retirando completamente o antigo substrato das raízes (1). Em seguida, procure o ponto exato entre o fascículo da planta-mãe e o novo leque, separando-os delicadamente com as mãos ou com uma tesoura devidamente esterilizada (2).

Pegue, então, o vaso transparente, que deve ter profundidade adequada ao tamanho das raízes, e insira as pedras britas até 1/3 do recipiente. “O modelo translúcido é melhor, pois facilita a fotossíntese e ainda permite a observação da planta e do substrato, simplificando o acompanhamento de sua sanidade”, comenta a especialista.

Depois, disponha as cascas de pinus (3) e, por cima, faça uma camada com areia grossa (usada normalmente na ornamentação de aquários) (4). Coloque cuidadosamente a planta no interior do recipiente, acomodando bem as raízes e incluindo o esfagno entre elas (5). “A aeração das raízes é fundamental para a absorção de nutrientes e respiração. Por isso, usamos no substrato quatro partes de casca de pinus, uma parte de areia grossa, duas partes de esfagno e 1/3 de pedra brita no fundo do vaso como dreno. O pinus manterá as raízes aeradas e com espaço suficiente para crescer sem sufocá-las. O esfagno conserva a umidade, ao passo que a areia filtra a água, retendo os nutrientes”, destaca Creuza.

Complete, então, o vaso com as cascas de pinus (6) e arremate com uma camada de areia grossa e pinus (7). E pronto, o Paphiopedilum callosum já pode ser colocado no orquidário (8).

“Esta espécie prefere substrato neutro (com pH entre 6,5 e 7), que deverá ser trocado a cada dois anos, em média, ou quando entrar em decomposição. O importante é que ele absorva umidade e tenha excelente drenagem. A planta requer bastante água, mas não pode ficar encharcada”, finaliza a proprietária do Orquidário da Mata, lembrando que é melhor regá-la pela manhã, preferencialmente, com água mineral ou da chuva. Vale informar que é indicada a adubação quinzenal com NPK 30-10-10, suspendendo-a durante o tempo de dormência, que ocorre no outono.

Texto Paula Andrade. Fotos Mônica Antunes.

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