Como Transportar Orquídeas com Segurança

Aprenda como transportar suas orquídeas de forma segura em viagens.

Agendar a viagem, arrumar as malas, esperar o grande dia e… levar as orquídeas. O que parece ser complicado pode ser bem mais simples do que se imagina. Porém, é preciso ter a informação correta para saber como pode ser feito o transporte dos exemplares e entender os procedimentos burocráticos para tudo sair da melhor maneira possível, sem prejudicá-las.

Segundo Roberto Jun Takane, engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), de Fortaleza, CE, antes de realizar qualquer tipo de transporte, é necessário protegê-las de forma correta. Ou seja, utilizar meios para que as plantas ou hastes fiquem mais rígidas. “Nesse caso, pode-se usar como tutor materiais como estacas de bambu, plástico e arames”, afirma o profissional. Outro cuidado que deve ser levado em consideração é com a embalagem das flores, caso estejam aparentes. “É importante protegê-las com um filme plástico ou até mesmo um papel seda próprio para essa finalidade, que também tem o mesmo objetivo. Deve ser fixado com arame ou barbante para não ceder”, diz Takane. Vale também utilizar caixas de papelão ou de madeira. “Existem modelos com sistema de encaixe de vasos que evitam a movimentação no interior”, frisa o engenheiro.

TRANSPORTE VIA TERRESTRE

O ideal é conduzir as plantas no interior do carro, com temperaturas adequadas (20ºC a 25ºC) e, se possível, com refrigeração. “Em caso de falta dela, aposte na circulação de ar forçada para que a temperatura não se eleve demasiadamente”, completa Takane. Deve-se evitar a insolação direta, pois a maioria das espécies são plantas cultivadas à meia-sombra. Por isso, tome cuidado para que o exemplar não fique diretamente no sol. Segundo a paisagista Kátia Neves, do Rio de Janeiro, RJ, é preciso deixar o substrato úmido e as flores bem protegidas. Garanta o bem-estar de cada uma delas, mas lembre-se de que é importante evitar o excesso de água para não ocorrer a proliferação de fungos.

EM VIAGENS DE AVIÃO

A dica é planejar com antecedência. Consulte a companhia aérea para checar todos os detalhes e a necessidade de emissão dos documentos autorizando o transporte. Segundo o orquidófilo Claudio Vismara, de São Carlos, SP, o mais recomendado é levar como bagagem de mão e usar uma caixa de isopor prendendo a planta com elástico no fundo da caixa. Porém, se a planta for despachada como bagagem, os cuidados são outros. “Ela deverá ser registrada como frágil e enviada com cuidados redobrados. Mas atenção: é preciso ficar atento, pois nesse ambiente a temperatura é muito baixa e pode prejudicar a orquídea”, afirma a paisagista.

Além disso, as plantas devem ter o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), que pode ser emitido somente por engenheiros agrônomos. “No caso de espécies restritas pelo IBAMA, ou seja, com riscos de extinção, as plantas não devem ser transportadas, mas sim notificadas junto ao órgão competente. Porém, a maioria das orquídeas comercializadas atualmente trata-se de híbridos e não de espécies, o que não acarretará problemas desse tipo”, pontua Takane.

Se as orquídeas forem transportadas com cuidado, não serão prejudicadas nem sofrerão estresse significativo. Porém, vale lembrar que, quando a viagem terminar, é preciso realizar alguns procedimentos para que elas se recuperem. As plantas precisam ser hidratadas com água, receber a adubação necessária e ficar em quarentena antes de voltar para o orquidário. Já aquelas que ficam sem substrato devem ser replantadas.

FICA A DICA

“Como as plantas não têm necessidade de alimentação contínua, se não houver necessidade de levá-las, o melhor é deixá-las em casa. Em caso de mudança definitiva, podem ser seguidas as recomendações indicadas e, se a planta não possuir flor ou botão floral, somente a haste para tutoramento já é o suficiente”, indica o engenheiro.

Texto Vanessa Barcellini Ilustração Chris Borges

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