Harmonização de Jardim e Mata Preservada

Saiba como o profissional revitalizou o espaço, unindo estética e funcionalidade em um jardim tropical em Campinas.

Em um condomínio fechado no município de Campinas, SP, o terreno de 2.029 m² que abriga a casa de 531 m² passou por uma reforma paisagística realizada pelo engenheiro agrônomo Alexandre Galhego, da mesma cidade. O projeto envolveu inclusão e relocação de espécies, além de alteração do layout de pisos e canteiros. “Pensamos, primeiramente, na conciliação das plantas de grande porte existentes. Após a definição, trabalhamos os espaços, caminhos, pontos de observação e implantação de espécies para realizar uma conexão visual com a mata, além da redefinição de praças de convívio, ligações entre ambientes, pisos da fachada e equilíbrio entre as formas”, conta o engenheiro.

Na entrada, os visitantes e moradores se deparam com a forma escultural dos kaizukas (Juniperus chinensis torulosa), que dão as boas-vindas juntamente com o jovem ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), que fica atrás e dará base para o conjunto no futuro. As cicas (Cycas revoluta), que já existiam no jardim, foram aproveitadas em novas locações para melhor harmonização. As palmeiras-fênix (Phoenix roebelenii) foram mantidas em seus lugares, mas receberam a companhia de buxinhos (Buxus sempervirens). O piso foi revestido com mosaico de granito com faixas de arenito preto, e a iluminação foi reprojetada.

Para o profissional, o diferencial e a dificuldade formam um mesmo tópico. Ou seja, o ponto forte do paisagismo empregado foi o que mais exigiu esforços: trabalhar com extrema ordem na fachada e imprimir um tom bastante natural no jardim, fundindo-o à mata preservada no fundo do lote, de maneira gradual e homogênea.

PARA ANDAR OU PERMANECER

Para acessar a área das frutíferas, a casa de máquinas e o local de preservação permanente, foi realizado um caminho com pedriscos finos sobre manta de bedin. O verde ficou por conta da forração de singônio (Syngonium podophyllum variegatum), íris-da-praia (Neomarica candida) e do ofiopógão (Ophiopogon jaburan). A grama-esmeralda (Zoysia japonica) se estende por todo o jardim.

Uma praça foi criada para prolongar a varanda social, ligando-a ao jardim externo, à área gourmet e ao spa. O piso drenante fulget recebe bancos de madeira e uma mesa com cadeiras. O rasgo no piso emoldura o exemplar do jasmim-manga (Plumeria rubra) existente e a dianela (Dianella ensifolia) ao seu pé. Para acrescentar ainda mais charme, vasos de fulget, em tonalidade similar ao piso, abraçam primaveras (Bougainvillea glabra) podadas. Perto do banco de madeira, podemos ver, também, agapantos (Agapanthus africanus) e dois grandes coqueiros (Cocos nucifera).

Galhego explica que, além de propiciar um ponto de encontro, esta área respeitou a locação de uma grande árvore. “Em volta dessa praça, foi trabalhada toda uma vegetação tropical para unir visualmente a mata existente dos fundos ao lote de jardim. Fizemos isso através de camadas sucessivas de vegetação”, destaca.

Texto Carolina Pera. Fotos Gui Morelli

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