Lantana-cambará: Beleza e Riscos no Jardim

Descubra como cultivar a Lantana camara, seus benefícios ornamentais e cuidados com sua toxicidade.

Originária das Américas, a lantana-cambará é considerada nativa, sendo facilmente encontrada no Sul e Sudeste do Brasil, além dos estados do Amazonas e Mato Grosso. Caracteriza-se por ser um arbusto perene, ramificado, florífero e piloso (com pelos curtos), cuja altura varia de 0,5 a 2 m. “Possui ramos eretos ou reclinados, formando muitos galhos entrelaçados, às vezes, com espinhos. Suas folhas são ovaladas, ásperas e de cheiro semelhante ao da erva-cidreira”, afirma Mary Ellen Souza Melo, engenheira agrônoma e paisagista, da capital paulista.

Um dos principais atrativos são as flores pequenas e de diversas cores, por exemplo, amarela, branca, alaranjada, rósea ou vermelha, que constituem mini buquês extremamente ornamentais. Por serem ricas em néctar e surgirem no decorrer do ano todo, são bastante visitadas por abelhas, borboletas e beija-flores. “Como estratégia, mantêm as flores velhas no receptáculo (parte superior dilatada do ‘cabo’ da flor), o que faz com que as inflorescências apresentam maior durabilidade. Outra particularidade é a mudança de tonalidade da flor após o desabrochar”, revela a profissional.

Suas flores deixam de ser frequentadas por beija-flores quando outras espécies, como helicônias e estrelítzias, estão próximas, pois oferecem néctar melhor e em maior quantidade, o que é mais recompensador a esses pássaros.

Em razão da beleza e da graciosidade de sua estrutura floral, é facilmente vista em jardins compondo conjuntos e acompanhando paredes, muros e grades.

É PRECISO ATENÇÃO

Uma polêmica que envolve a lantana-cambará diz respeito à sua toxicidade. Segundo Mary Ellen, suas folhas e seus frutos contêm lantadeno A e lantadeno B como princípios tóxicos e, quando essas partes são ingeridas, em algumas horas aparecem sintomas como falta de apetite, fraqueza, náusea, letargia, vômito, diarreia, efeitos hepatotóxicos (danos no fígado), pupilas dilatadas, fotofobia, cianose (coloração azul-arroxeada na pele e nas mucosas), fotossensibilização e, no caso de ingestão excessiva, pode acarretar coma e até mesmo morte. Além disso, quando tocada, pode causar dermatite por contato.

MANTENDO A BELEZA

É possível afirmar que se trata de uma planta rústica e de fácil cultivo. “Precisa ser mantida a pleno sol e não requer um tipo específico de solo, mas responde bem a terrenos ricos e com boa quantidade de matéria orgânica. Em relação às regas, não é exigente, tolerando excesso de água desde que não haja encharcamento”, orienta Fernando Avancine, engenheiro agrônomo da Flora Avancine, de Atibaia, SP.

Mary Ellen adiciona que seu desenvolvimento ocorre de forma abundante em locais de climas tropical e subtropical, entretanto, é resistente a geadas. Caso a terra apresente acidez elevada, deve-se corrigi-la usando calcário. Para fornecer nutrientes, o profissional da Flora Avancine indica incorporar matéria orgânica e adubo NPK 4-14-8. “Após o plantio, é necessária irrigação mais constante por aproximadamente 15 dias para ajudar no ‘pegamento’ das mudas”, ressalta. Durante seu desenvolvimento, pode-se utilizar NPK 10-10-10, pois, mantendo a boa fertilidade do solo, dificilmente será atacada por pragas e doenças.

Além disso, a lantana-cambará aceita bem a poda e costuma receber esse procedimento quando adulta.

AS MINIATURAS

Existe uma variedade popularmente chamada de minilantana. De acordo com Avancine, ela se diferencia da lantana-cambará sobretudo em relação ao porte. “Atinge, no máximo, 1 m de altura e apresenta ramos finos, sendo muito utilizada no paisagismo. Suas flores aparecem nas cores amarela, branca e roxa e são levemente pendentes”, esclarece.

LANTANA-CAMBARÁ

Nome científico: Lantana camara
Nomes populares: lantana-cambará, verbena-arbustiva, cambará-miúdo, cambará-de-cheiro, cambarazinho, cambará-verdadeiro e camarazinho
Origem: das Antilhas até o Brasil
Porte: de 0,5 a 2 m de altura
Flores: pequenas, mutáveis e encontradas nas cores amarela, branca, alaranjada, rósea e vermelha
Folhas: ovaladas, opostas e ásperas
Cultivo: formando maciços e acompanhando muros, paredes e grades
Solo: não é exigente, mas prefere o aerado e rico em matéria orgânica
Clima: tropical e subtropical, sendo resistente a geadas
Luminosidade: pleno sol
Irrigação: não é exigente, podendo ser periódica, mas não tolera encharcamento
Dificuldade de cultivo: nenhuma
Multiplicação: por sementes e estacas
Curiosidade: suas flores possuem bastante néctar, atraindo borboletas, abelhas e beija-flores

Texto Renata Putinatti. Fotos Hamilton Penna.

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