O Estilo Tropical em Brumadinho

Conheça o projeto sustentável que integra natureza e modernidade em um espaço de contemplação em Brumadinho.

Tudo começou em uma área de 2 mil m² com vista para a Serra da Moeda, em Brumadinho, MG. Neste amplo terreno, edificou-se uma edícula e dela nasceu o home office e o showroom do paisagista e designer de exteriores Gerson Munayer, idealizador da Mosaico Paisagismo, de Belo Horizonte, no mesmo estado. “Comprei o espaço em 2005 com o intuito de construir minha casa. Moro em apartamento, mas sempre fui apaixonado pela natureza e queria viver cercado por fauna e flora”, conta.

Antes da atual construção de 120 m², o jardim era utilizado como uma espécie de laboratório de trabalho para o profissional, onde testava diversas plantas para incluir em seus projetos. Hoje em dia, Munayer divide a rotina entre o apartamento em BH e o espaço verde com residência que une materiais rústicos a traços contemporâneos e apresenta conceito de loft. Para integrar interior e exterior, a arquitetura inclui grandes portas e janelas de vidro verde ao longo do pé-direito de 5 m, abrindo a perspectiva do morador para o jardim cuidadosamente elaborado.

MAIS FAUNA E FLORA

Segundo Munayer, o estilo tropical contemporâneo marca o projeto, incluindo espécies ornamentais e resistentes. Como o espaço serve para a elaboração dos conceitos trabalhados pela Mosaico Paisagismo, o profissional criou um ambiente de acordo com os tempos modernos. “Hoje os clientes buscam praticidade, pois a vida é muito corrida. Desenvolvi uma área para contemplação que não demanda muito trabalho”, analisa.

A diversidade das matas brasileiras e as várias nuances de verde, outras características do estilo tropical, se mostram em espécies como palmeira-azul (Bismarckia nobilis), palmeira-butiá (Butia capitata), palmeira-triângular (Dypsis decary), agave (Furcrea variegata) e pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata). Para dar mais vida ao projeto, os contrastes das folhas são pontuados por cores fortes como a da iresine (Iresine herbstii). Em termos de manutenção, a grama-esmeralda (Zoysia japonica) exige um pouco mais de atenção com o corte periódico – uma vez por semana ou duas vezes ao mês – mas para as outras espécies basta retirar as folhas velhas e fazer uma adubação trimestral.

A cascata entra no projeto como elemento sensorial, além de agregar uma microfauna que inclui patos e marrecos-mandarim. “Além de ornamentarem o visual, as aves atuam no controle biológico das pragas. Mas é necessário saber quais espécies são mais indicadas. Os marrecos-mandarim comem cupim, grilo, entre outros insetos, e ajudam a evitar o uso de produtos químicos”, destaca Munayer. A área úmida inclui bromélia-imperial (Alcantharea imperialis), porto-seguro (Aechmea blanchetiana), palmeira-fênix (Phoenix roebelenii) ao fundo e, nas laterais, palmeira-butiá e moreia-branca (Dietes iridioides).

DIRECIONAMENTO DO OLHAR

Além das características mencionadas, outro detalhe do estilo tropical está na criação de elementos de impacto por toda a área verde, denominados pontos “climax”, os quais atraem o olhar dos transeuntes. O espaço com palmeira-azul cercado por iresines é um deles. “As tonalidades de vermelho e verde são complementares, casam perfeitamente. Procuro criar a estética com base na cromoterapia”, indica o paisagista. Outro ponto atraente está no bosque com 12 patas-de-elefante com forração de seixos grandes e iluminação embutida.

A profusão de cores ganha mais vida no período de primavera e verão, quando hemerocális (Hemerocallis x hybrida), jasmim-amarelo (Jasminum mesnyi) e agapanto (Agapanthus africanus) mostram as pétalas. Entretanto, opções como o lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii) garantem flores o ano todo. As diversas árvores floríferas, incluindo espécies nativas, representam uma forma de incluir cor e ter menos trabalho com a manutenção. Para finalizar o ambiente, os móveis com estrutura de alumínio para a área externa, assim como peças de madeiras nobres com acabamento em verniz marítimo, podem ser adquiridos pelos clientes na visita ao showroom.

Para o futuro, diante da crise hídrica, Munayer cogita a ideia de adaptar o projeto para torná-lo mais sustentável – substituindo, por exemplo, as bromélias pelas resistentes agaves. Por enquanto, a área preferida do profissional é o redário, de onde pode apreciar o trabalho feito ao longo dos anos. “De lá, observo toda a extensão do jardim. É um ponto onde posso apreciar as palmeiras e aproveitar a sombra das árvores”, conclui.

Texto Cristina Tavelin. Fotos Gustavo Xavier.

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