MEDIOCALCAR DECORATUM
As orquídeas Cycnoches cooperi e Mediocalcar decoratum encantam colecionadores.
Cattleya, Laelia, Vanda e Oncidium são gêneros que dominam orquidários domésticos e comerciais e dispensam apresentações.
Mas, você já ouviu falar em Ornithocephalus, Mediocalcar e Zeuxine? Esses são grupos pouco conhecidos e menos presentes em coleções, seja pela dificuldade de cultivo ou devido às flores menos chamativas. Conheça alguns exemplares selecionados ,que reúnem essas características.
Mediocalcar decoratum
De fácil cultivo, essa espécie atinge apenas 8 cm de altura e as flores não passam de 1 cm de diâmetro. Originária de matas tropicais úmidas e sombrias da Nova Guiné, vegeta entre 700 e 2.500 m de altitude. Por isso, aprecia sombreamento de 30% a 40%, rega constante, temperatura amena, elevada umidade do ar e substrato drenante, como a mistura de duas partes de esfagno, uma de carvão e uma de casca de pinus moída.
Floresce na primavera, época em que surgem inúmeras flores em forma de sino que duram cerca de três semanas e se assemelham à romã. Embora pequeninas, as cores amarela e vermelha são bastante chamativas. Quando bem adaptada, entouceira com facilidade, exibindo as brilhantes folhas carnudas, lineares e estreitas.
Cycnoches cooperi
É impossível não se encantar por seus cachos pendentes que portam até 45 flores. Essa planta emite flores macho e fêmea, sendo as primeiras de tom verde a marrom-escuro, e as segundas variam entre verde-escuro e amarronzado (quase bronze). Ambas possuem praticamente o mesmo tamanho, 10 cm de diâmetro, aparecem no verão e possuem leve fragrância.
Nativa da América Tropical, sua dispersão ocorre desde o México até o Sudeste do Brasil. Sendo assim, aprecia local quente e seco durante o dia, mas com queda de temperatura e aumento de umidade à noite. Para vê-la florescer, também é preciso providenciar boa ventilação, luminosidade de 50% e regar sempre, praticamente todos os dias.
Devido ao hábito epífito na natureza, adapta-se bem a tocos de madeira, troncos de árvores ou a vasos com substrato aerado, como casca de pinus.
Ornithocephalus myrticola
Encontrada na Bolívia e no Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, vegeta em áreas do Cerrado e das serras do Mar e da Mantiqueira, em matas próximas a rios e lagos.
Foi batizada com esse nome devido à coluna das flores ter o formato da cabeça de passarinho; já myrticola provém da sua hospedeira, a árvore murta (da família das mirtáceas).
Essa epífita floresce de novembro a janeiro, quando surgem flores com cerca de 1 cm de diâmetro, que compõem cachos com cerca de 15 unidades cada. Também são aromáticas e apresentam sépalas e pétalas brancas com estrias verde-claras e labelo com pequeno campo amarelo.
Como não possui pseudobulbo, mas apenas folhas que formam pequenos leques, demanda atenção com a umidade, pois não consegue armazenar água. De modo geral, precisa de bom sombreamento (cerca de 70%), temperaturas de elevadas a amenas e rega constante. Fica bem quando amarrada a placas de madeira ou plantada em vaso com esfagno.
Seidenfadenia mitrata
A espécie foi descrita pela primeira vez em 1864 como Aerides mitrata pelo botânico alemão Heinrich Gustav Reichenbach. Mais tarde, em 1972, foi renomeada em homenagem ao orquidólogo Gunnar Seidenfaden, recebendo a denominação atual.
Na natureza, vegeta em troncos e galhos de árvores de florestas tropicais entre 100 e 1.700 m de altitude na Tailândia e em Myanmar. Dessa maneira, prefere clima quente, boa luminosidade (cerca de 50%), elevada umidade relativa do ar e rega frequente, sempre que o substrato começa a secar. Por gostar de solo aerado, vale apostar no plantio em casca de pinus e esfagno.
Extremamente aromáticas, as flores aparecem na primavera-verão em hastes com até 15 unidades. Embora diminutas, apresentam 1,50 cm de diâmetro, formam belos cachos e mesclam as cores lilás e branca.
Podangis dactyloceras
Espécie epífita e ocasionalmente rupícola, é nativa de regiões úmidas e tropicais entre 750 e 1.950 m de altitude em países africanos ocidentais, como Angola, Camarões, Gana, Nigéria e Serra Leoa. O formato e a quantidade de flores chamam atenção, em especial por se tratar de uma micro-orquídea.
Cada haste floral carrega entre cinco e 20 unidades de tonalidade branca, que salpicam entre as folhas verde-brilhantes e lanceoladas (em forma de lanças). As flores medem 1 cm de diâmetro, brotam entre a primavera e o outono e são muito duráveis, de oito a dez semanas.
Aprecia meia-sombra, regas intervaladas (esperando o substrato secar), elevada umidade do ar, temperaturas de intermediárias a quentes e substrato leve, como casca de pinus e esfagno.
Fotos Samuel Alexandre, Gui Morelli, Henrique Peron, Hamilton Penna e Eduardo Liotti.