Vanda Kultana Blue e Vanda Kulwadec Fragrance ‘Black Spot’
Aprenda a cuidar das orquídeas Vanda, plantas exuberantes que florescem até quatro vezes ao ano e crescem sem substrato.
Entre os gêneros de orquídeas mais admirados por aqueles que investem no cultivo, certamente está o das Vanda. Os cachos de flores se destacam pela beleza, e a alta resistência proporciona facilidade no trato. Com folhas em leque e crescimento monopodial – ou seja, para cima –, podem florescer de duas a quatro vezes por ano e possuem raízes aéreas. Este último ponto demarca várias de suas características: por exemplo, a dispensa do substrato no cultivo, detalhe que também a torna mais resistente em relação aos outros gêneros. Além disso, exibe uma ampla variedade de cores na floração, também acima da média de suas semelhantes. As Vanda geralmente são fixadas nos troncos de árvores, mas podem ter uma vida saudável quando cultivadas em vasos com substrato bem arejado. Originárias da Ásia, precisamente de locais como Tailândia, Himalaia e Singapura, têm preferência por climas quentes e úmidos.
“As Vanda florescem até quatro vezes ao ano e se destacam pela alta resistência e variedade de cores.”
“A latitude da Tailândia é próxima à do Espírito Santo, só que no hemisfério norte. Lá, a altura de boa parte das plantações é próxima ao nível do mar, que possui essas características”, indica Eduardo Mucke, proprietário do Orquidário Santa Bárbara, em Santa Bárbara D’Oeste, SP. Dessa forma, quanto mais para o norte do Brasil, mais rapidamente os exemplares crescem. Em questão de temperatura, o gênero adapta-se muito bem de 12°C a 40°C em ambientes arejados – que facilitam a secagem e a limpeza de possíveis micro-organismos pelo vento leve a moderado. Podem ser cultivadas diretamente no sol ou protegidas pelos galhos de árvores, enquanto em ambientes mais frios necessitam de proteção contra geadas e vento forte.
ADUBAÇÃO ADEQUADA
A resistência das vandáceas está diretamente relacionada à ausência de substrato, sua principal característica de cultivo. “Os exemplares não gostam de ficar com as raízes enterradas. Como os fungos se desenvolvem no calor, outros gêneros correm mais riscos”, destaca Eduardo Cantelli, sócio-proprietário do Vandário Mokara.
“O cultivo sem substrato torna as vandáceas mais resistentes, exigindo regas diárias e adubação em doses dobradas.”
Os profissionais consideram imprescindível regar as plantas todos os dias e por completo, até que as raízes mudem de coloração para um verde mais intenso, indicando a absorção da água. O período ideal para molhá-las é no início da manhã, assim podem secar até a noite. “Quando não são regadas suficientemente, começam a perder as folhas de baixo e ficam ‘pescoçudas'”, alerta Mucke.
Como não contam com substrato, as Vanda necessitam de adubação adequada – a dose costuma ser pelo menos o dobro da utilizada em outras orquídeas, e o ideal é regá-las com uma mistura do produto. Uma dosagem pequena, adicionada com frequência, é a forma mais indicada, mas há possibilidade de se fazer a aplicação com maior quantidade de adubo a cada dez ou quinze dias.
“Com flores duradouras e crescimento saudável, as Vanda se adaptam ao sol direto e a ambientes ventilados.”
“É uma das orquídeas que mais sente a adubação. Quando se utiliza um produto ruim, o exemplar percebe de um dia para o outro”, acrescenta Cantelli. De acordo com o orquidólogo, os produtos canadenses costumam ter qualidade elevada.
SOL NA MEDIDA CERTA
Diante de toda a resistência das Vanda, uma única praga mostra alguma incidência no Brasil: a tripes, que ataca somente as flores. “Os botões ficam enegrecidos e não abrem, mas isso pode facilmente ser resolvido com o defensivo adequado”, indica Mucke. O exemplar se mantém florido por cerca de 30 dias e, diferentemente de outras orquídeas, quanto maior a planta, maior o tamanho da flor. Outro detalhe é que elas normalmente possuem vários cachos que começam a abrir da base para a ponta e continuam crescendo até todos os botões desabrocharem.
“A cada ano as vandáceas florescem com mais força. Além disso, há exemplares com mais de cem anos. Nota-se a idade por conta das folhas da base mais enrugadas”, destaca Cantelli. Para florescerem, um dos cuidados mais importantes está relacionado à iluminação. Há diferença de luminosidade no tratamento das espécies, mas um sombreamento de 70% em regiões quentes é adequado para quase todas, assim como de 50% em regiões mais frias.
Um exemplar saudável deve apresentar coloração verde médio – com alguma variação relacionada à exposição ao sol –, folhas superiores brotando e as pontas das raízes intactas. Também não deve haver manchas nas folhas, as quais preenchem a orquídea até a raiz. Quando adultas, as vandáceas começam a desenvolver outras mudas na base e, assim que elas crescem e apresentam no mínimo duas raízes, podem ser retiradas e replantadas. Um bom período para realizar esse processo é durante o verão, pois se for necessário cortar algumas raízes, a planta logo emitirá novas ramificações.
Texto Cristina Tavelin