Casa com Jardim Tropical: Projeto Inspirador

Conheça o projeto paisagístico que harmoniza arquitetura e natureza em uma casa tropical inspiradora.

Os projetos arquitetônico e paisagístico desta residência em Santana do Parnaíba, SP, foram pensados para uma família caseira, que adora receber e curtir cada cantinho de seu lar. Os proprietários, naturais do Espírito Santo, estão sempre com a casa cheia – na maioria das vezes, de familiares que vêm de sua terra natal para visitá-los. Com o objetivo de construir uma casa própria, de acordo com seus sonhos, procuraram a arquiteta Carla Barranco e a arquiteta e paisagista Daniela Sedo, ambas da capital paulista.

“O projeto paisagístico trouxe um estilo tropical, valorizando as áreas de convivência e lazer da residência.”

O segredo da harmonia entre paredes e natureza foi a parceria entre as duas profissionais. “O plano paisagístico começou a ser feito enquanto o projeto arquitetônico ainda estava em andamento. Isso é muito importante, principalmente quando se deseja realizar uma obra de baixo custo”, ressalta Daniela. Para exemplificar, a profissional cita aspectos simples, mas que necessitam ser previstos. “Nesse projeto também fomos responsáveis pelo planejamento da iluminação. Assim, o eletricista precisou saber a demanda elétrica para dimensionar a caixa de energia e evitar mudanças posteriores”, relembra. Outro ponto a ser planejado na fase de construção é a irrigação automática do jardim, que pode requerer cisternas para captação de águas cinzas ou da chuva, por exemplo.

“A horta estratégica permite fácil acesso da cozinha aos temperos frescos, tornando o ambiente ainda mais funcional.”

Após três meses de planejamento e duas semanas de implantação, o projeto paisagístico conferiu um estilo tropical à residência, valorizando as áreas de convívio e lazer. Outro ponto que ganhou atenção especial foi a valorização de um costume particular das cidades de interior: o bate-papo na calçada. Para isso, a paisagista criou um “jardim de estar” ao ar livre, logo na entrada da casa, possibilitando que os moradores observassem o movimento da rua, interagindo com os vizinhos e amigos. “Assim, coloquei um banco na calçada, com caminho de seixos através do gramado”, descreve.

Recanto Tropical

O ambiente calmo e contemplativo encontrado logo na fachada foi planejado de forma a completar as características arquitetônicas. “Na escolha das espécies, procurei equilibrar a volumetria da casa, que é mais alta do lado direito. Por isso, na esquerda, onde existia um vão mais livre, empreguei plantas com um porte equivalente ao do lado oposto da fachada”, explica Daniela.

“O jardim vertical com samambaias cria privacidade e um belo painel natural para apreciação na área de lazer.”

Sobre a sombra de quatro resedás rosa (Lagerstroemia indica), repousa uma leoa de madeira maciça, comprada pelos proprietários especialmente para o ambiente. Ainda na fachada, a paisagista usou agapantos brancos (Agapanthus africanus) e um sinuoso desenho criado com grama-amendoim (Arachis repens) e seixos de rio. No caminho para a entrada principal, a profissional apostou em gardênias brancas (Gardenia jasminoides), para perfumar a trajetória até a porta, explorando os sentidos.

Na área de circulação de serviço, logo à frente da janela da cozinha, Daniela ainda implantou uma horta. “Para isso, foi necessário fazer algumas melhorias no solo. Isso porque depois que o terreno passa por uma obra, ocorre movimentação de terra e outras interferências, como incorporação de tíner, tintas e outros materiais ao solo, prejudicando-o. Para reverter esses efeitos, fizemos o reequilíbrio do pH e garantimos uma terra mais macia e cheia de nutrientes.” Dotada de alecrim (Rosmarinus officinalis), manjericão (Ocimum basilicum), salsinha (Petroselinum crispum), orégano (Origanum vulgare) e sálvia (Salvia officinalis), a horta está posicionada em um local estratégico: da cozinha, é possível visualizá-la e escolher os melhores temperos para as preparações.

Na área de acesso lateral, foram colocados pisantes redondos de cimento, com revestimento de seixos, envoltos por grama-preta. “Escolhi essa espécie pois a lateral da casa não recebe muito sol e a grama-preta (Ophiopogon japonicus) adapta-se bem ao sombreamento e ao solo úmido”, diz Daniela. Já na área de lazer, composta por piscina e varanda com churrasqueira, foram empregadas plantas exóticas, como as palmeiras-de-saia (Washingtonia filifera). “É uma palmeira imperial de tronco liso, que exige baixa manutenção. Além disso, suas folhas são pequenas e não geram sombra na piscina”, pontua.

Na forração da área de lazer, logo abaixo das palmeiras, foi usado o guaimbê (Philodendron bipinnatifidum), uma planta nativa brasileira perfeita para o clima tropical. “A ideia era aplicar uma vegetação de médio porte, para que, da piscina, fosse possível ter um contato próximo com as plantas”, justifica. Para dar privacidade e compor um painel de fundo que pudesse ser apreciado da churrasqueira, ainda foi criado um jardim vertical. Nele foram empregadas samambaias amazônicas de cor escura e folhas onduladas, que podem chegar a um metro de comprimento. “Também foi usada a samambaia americana (Nephrolepis exaltata), que tem folhas de cor clara, mais resistentes à insolação direta”, completa. Para dar o toque final, a paisagista utilizou pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata) em cachepôs e vasos com bálsamos (Sedum dendroideum).

Reportagem Ana Luísa Lage. Texto Paula Lopes. Fotos Gui Morelli.

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