Explore dicas para construir casas na árvore modernas, com designs inovadores e integração ao ambiente natural.
Quem nunca sonhou em ter um refúgio no quintal para brincar por horas? A estrutura fez e faz parte do imaginário infantil ainda hoje, só que os projetos evoluíram e as construções estão mais modernas e sofisticadas. Ambientes e dimensões variadas, com dois andares, mezanino externo ou panos de vidro e atrações como balanço, rede de escalada, pontes pênseis e até tirolesa, as opções são múltiplas e atendem a todas as necessidades, gostos e condições do terreno.
Integradas aos projetos paisagísticos, as vivendas suspensas acrescentam charme às áreas verdes e divertem. “Uma casa na árvore é a realização de um sonho, que possibilita a descoberta de um mundo mais simples e feliz. Além disso, entretém toda a família e cria condições para que as crianças brinquem de maneira criativa”, afirma Ricardo Brunelli, proprietário da Casa na Árvore, de Londrina, PR.

CONSTRUÇÕES ELEVADAS
“A partir de uma área de 2,5 x 2,5 m é possível implantar uma casa, sem que haja a necessidade de o terreno ser plano”, explica Jeferson dos Santos, diretor técnico da Tora Adventure, de Petrópolis, RJ. Primeiramente, é feita uma avaliação da árvore, considerando a idade, a espécie e formação de galhos. “Se já estiver totalmente formada e for considerada resistente para suportar a estrutura, pode-se fazer toda a construção ancorada no tronco com técnicas especiais que evitam o estrangulamento e a morte da árvore”, esclarece Santos. Se não for possível utilizar o tronco para sustentar a estrutura, a ancoragem utiliza postes de eucalipto.
Entre os modelos executados pela Tora Adventure, o especialista relata que os projetos mais tradicionais possuem de 6 a 12 m². “O telhado é feito com telhas shingle e as casas possuem varandas, duas a três janelas e porta. Dependendo do tamanho e da quantidade de andares, pode-se fazer a divisão dos ambientes, sendo possível ter quarto, sala e banheiro”, fala Santos.
Para as colunas, vigas e paredes, a empresa utiliza eucalipto tratado, para proteger o material de intempéries e pragas, além de aplicar impermeabilizante nos locais que mantêm contato com o solo. Ipê, maçaranduba e tauari compõem as paredes e as divisórias, com acabamento em stain para conservar a beleza do material. No piso, o diretor técnico explica que são usados deque de ipê ou cumaru e ainda assoalho de jatobá ou tauari. No forro, painel estrutural de madeira (OSB). Em média, a construção leva um mês e a montagem no local, no mínimo, cinco dias.
A Casa na Árvore oferece seis modelos com opções de tamanhos, além de permitir customização e personalização dos projetos. Com nomes de pássaros, as alternativas incluem estruturas sem cobertura, como o tico-tico, que é montado em três dias, até o modelo quero-quero, que apresenta design hexagonal.
Brunelli explica que é possível adicionar itens como escorregador de madeira, paredão de escalada, escada inclinada ou de corda para acesso e até tubo do tipo bombeiro para agilizar as descidas rápidas. Segundo ele, quando não é possível utilizar a árvore como alicerce, podem-se utilizar mourões de madeira e as árvores podem fazer parte do projeto de outra forma, como abraçando o projeto. “Podemos também executar os deques de maneira que os troncos atravessem a plataforma, dando a impressão de serem pilares de sustentação”, explica ele. Outro cuidado para não afetar o crescimento das espécies são sistemas de vedação nas telhas e folgas no deque.


Texto Janaína Silva
Fotos [1] Alessandro Guimarães, [2] Bruno Carvalho e [3] Chico Lima
Deixe um comentário