Cattleya walkeriana
Aprenda os cuidados essenciais para cultivar orquídeas epífitas, garantir flores exuberantes e proteger suas plantas do sol e das chuvas.
Para compreender um pouco mais do universo das orquídeas, é importante saber como se comportam na natureza e a localização que escolhem para crescerem. Entre os hábitos vegetativos, as orquidáceas subdividem-se em três categorias: as epífitas, que vegetam em árvores; as rupículas, que se desenvolvem entre pedras e rochas; e as terrestres.
As plantas epífitas já foram chamadas de parasitas por viverem sobre outras espécies. Mas, hoje sabe-se que elas apenas se apoiam em partes como troncos e galhos para buscar luz para o seu completo desenvolvimento. “O epifitismo é a forma de vida de plantas que vivem sobre outras sem retirar nutrientes delas. As plantas epífitas absorvem as substâncias que precisam da matéria orgânica e fragmentos que caem das árvores e se acumulam em suas raízes”, explica a orquidóloga Leonice Preto, proprietária do Orquidário Orgânico Hortolândia, no interior paulista.
“As epífitas representam cerca de 90% das orquidáceas nativas do Brasil, mostrando sua incrível adaptação ao ambiente.”
O posicionamento nas árvores varia conforme a espécie. Algumas preferem ficar no alto da copa, ou seja, apreciam maior incidência solar, e outras preferem galhos baixos e sombreados. Na natureza, as plantas epífitas recebem a luz do sol que passa entre as folhas, assim como a ventilação necessária ao seu desenvolvimento. “Normalmente, as raízes são acompanhadas de fungos, formando uma associação simbiótica conhecida como micorriza, que transforma a matéria orgânica em minerais, facilitando a absorção dos nutrientes”, esclarece a orquidóloga.
“Micorrizas transformam matéria orgânica em minerais, ajudando as raízes epífitas a absorverem nutrientes de forma eficiente.”
As plantas epífitas representam a maioria das orquidáceas, sobretudo as nativas do Brasil. “Calcula-se que em torno de 90% sejam desse tipo”, fala Leonice. Entre os gêneros mais conhecidos estão Cattleya, Oncidium, Epidendrum, Catasetum, Miltonia, Pleurothallis, Masdevallia, Maxillaria, Encyclia, Brassavola, Laelia e Sophronitis. De acordo com Leonice, na flora brasileira, rica em diversidade, figuram entre as plantas epífitas mais populares Bifrenaria harrisoniae, Bifrenaria aureofulva, Brassavola tuberculata, Brassavola fragrans, Brassavola perrinii, Oncidium flexuosum, Oncidium croesus, Oncidium crispum, Oncidium longipes, Cattleya labiata, Cattleya purpurata, Cattleya loddigesii, Cattleya walkeriana, Cattleya bicolor, Cattleya granulosa, Cattleya forbesii, Cattleya nobilior e Cattleya intermedia, entre outras. “Há ainda uma infinidade de híbridos, já que as espécies são muito utilizadas na hibridação”, observa a proprietária do Orquidário Orgânico Hortolândia.
Particularidades
Entre as características que as distinguem estão a presença de pseudobulbos, folhas grossas e raízes com velame, uma estrutura esbranquiçada que reveste as raízes. “São plantas que não enraízam no solo, necessitam se fixar em árvores ou objetos elevados para suprir suas necessidades de iluminação e umidade e para reter pequenas partículas minerais que vêm pelo ar e matéria orgânica para a sua sustentação”, elucida a especialista do Orquidário Orgânico de Hortolândia.
“Para cultivar epífitas, use telas sombreadoras e proteja-as do sol direto e chuvas excessivas.”
Para o cultivo das plantas epífitas em casa ou em orquidários particulares, é preciso atenção redobrada. Para proporcionar a luminosidade necessária para o correto desenvolvimento e florescimento das orquidáceas, é aconselhável usar cobertura com plástico leitoso e telas de sombreamento adequadas para cada região. “Elas precisam ficar protegidas da incidência direta do sol, que provoca queimaduras, e das chuvas, que podem encharcá-las”, enfatiza Leonice.
Agora, é só escolher a sua preferida e colocá-la no local ideal para usufruir da beleza exuberante de suas florações.
Janaina Silva