Descubra como a Selaginella lepidophylla, conhecida como rosa-de-jericó, usa sua incrível capacidade de adaptação para sobreviver em ambientes áridos.
O ser humano tem conseguido sobreviver desde sua origem devido a uma capacidade especial de adaptação. Da mesma forma, age a Selaginella lepidophylla, conhecida como rosa-de-jericó ou planta da ressurreição. De acordo com um artigo de pesquisadores da McGill University, publicado na Scientific Reports, a espécie é do tipo vascular, com tecidos especializados para o transporte de água, e resiste à extrema desidratação. Para isso, tem uma técnica toda especial, vista por alguns como milagrosa: a habilidade de fechar-se diante de climas secos e retornar ao crescimento normal e à atividade metabólica após ser reidratada. Dessa forma, transita sem grandes problemas por espaços quase inóspitos.
Natural do deserto de Chihuahua, região fronteiriça entre México e Estados Unidos, exibe uma curvatura significativa quando está desidratada, tornando-se uma esfera irregular. Assim, pode ser carregada pelo vento a lugares mais apropriados para dar curso à própria vida. Como resultado dessa morfologia, as hastes exteriores servem para reduzir substancialmente a exposição à radiação solar no centro da planta. No estado hidratado, permanecem estendidas, enquanto, nos momentos de desidratação, se enrolam e reduzem o exemplar a um diâmetro médio de 6 a 8 cm. “Os movimentos dos tecidos são inteiramente físicos — mais que biofísicos — e dependem da sensibilidade à umidade dos tecidos”, indica o artigo da McGill University.
Texto Cristina Tavelin Shutterstock/Petr. Salinger