Imponência imperial

 O estilo neotropical com traçado clássico e simétrico em sintonia com a construção colonial

A arquitetura da morada é impactante e o paisagismo promove boas-vindas com elegância, simetria e formalidade. “As linhas retas e ortogonais definem o conceito do jardim”, contextualiza o arquiteto paisagista Marcelo Faisal, de São Paulo, SP.

Para ele, o grande desafio foi vencer a altura e a grande fachada da construção localizada no interior paulista. “O rigor e a escala da edificação balizaram a disposição vertical das espécies, com destaque para a palmeira-imperial (Roystonea oleracea)”, afirma. O profissional apostou no estilo que define como neotropical, que utiliza traçados clássicos e simétricos, para dialogar de maneira harmônica com a arquitetura açoriana, com referência imediata à colonial Paraty, cidade no litoral sul fluminense.

ACESSOS VERDEJANTES

Após a definição da tendência a ser empregada no projeto paisagístico, Faisal relata que criou o traçado para os carros e as alamedas para a circulação dos pedestres, executados com paralelepípedos que remetem às lembranças de outrora, com encanto e charme rústico em composição equilibrada com o entorno. “O próximo passo foi delimitar e definir as espécies para compor e colorir as diversas áreas verdes”, relata.

Na escolha das plantas para a composição dos canteiros alinhados entre os troncos das palmeiras-imperiais, que acompanham toda a extensão frontal da morada, o arquiteto paisagista apostou nos buxos (Buxus sempervirens) topiados no formato quadrado que dão um toque moderno ao antigo. “Os buxos redondos foram muito banalizados”, comenta ele.

Na fachada, para garantir uma vegetação mais próxima, as grumixamas (Eugenia brasiliensis), típicas da Mata Atlântica, produzem frutos arroxeados que podem ser degustados, além de atraírem pássaros, foram escolhidas para separar a região. O profissional utilizou ainda tumbérgia (Thunbergia erecta) em cercas-vivas que cobrem os entornos e barba-de-serpente (Ophiopogon jaburan) em touceiras que alegram com contraste de tons.

Outro destaque no projeto é o uso da sibipiruna (Caesalpinia pluviosa), espécie nativa do país, que floresce especialmente a partir do mês de agosto.

“A grande estrela e alegria do jardim é a escultura construtiva de ferro do artista plástico brasileiro Amilcar de Castro.”

As ornamentais washingtônias-de-saia (Washingtonia filifera) enfileiradas destacam-se nos ambientes social e de lazer pelo porte e exuberância de suas folhas em formato de leque e presenteiam os proprietários e seus convidados com aprazível sombra. Para Faisal, o encanto do setor é ampliado pela presença marcante de obra assinada por artista mineiro. “A grande estrela e alegria do jardim é a escultura construtiva de ferro do artista plástico brasileiro Amilcar de Castro”, enfatiza.

Do pátio é possível apreciar toda a bela paisagem dos campos e ainda usufruir de mergulhos e relaxamento em generosa piscina revestida de pedra hijau, equipada com convidativa prainha e agradável spa. Tudo projetado com bom gosto e o cuidado com os detalhes que marcam o trabalho que leva a assinatura de Marcelo Faisal.

Para integrar a edícula e a casa, o profissional projetou pergolado perfilado por jabuticabeiras (Plinia cauliflora) durante todo o percurso, que adicionam comodidade, frescor e atraem aves que enlevam com seu canto. O conjunto une com maestria os estilos e formas, tornando o local uma deferência aos tempos remotos e atuais.

Texto Janaina Silva. Fotos Gui Morelli.

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