Descubra como cultivar a orquídea-bambu e aproveite seu potencial decorativo para diferentes tipos de jardim.
De origem asiática, a orquídea-bambu (Arundina graminifolia) é uma espécie terrestre, ereta, semi-herbácea, rizomatosa, entouceirada e chega a ter 2 m de altura. Muito utilizada em jardins, ela pode estar em diferentes partes do continente. “Fora do seu habitat, ela é encontrada principalmente nos países de clima tropical e subtropical, com mais frequência na América Central, Havaí e México”, afirma o orquidófilo José Carlos Souza, do Orquidário Ambiental, em Cotia, SP.
“A orquídea-bambu é um curinga no paisagismo, combinando com diversos estilos de jardins.”
A orquidácea deve ser cultivada a meia-sombra ou a pleno sol. “Ela gosta também de temperaturas elevadas e umidade relativa alta, da ordem de 60% a 70%, e, claro, prefere ambientes abertos”, completa ele. A paisagista Daniela Sedo, de São Paulo, SP, acrescenta que esta planta precisa de ao menos duas horas de sol diário. “Um bom local são os recuos laterais de casas, onde pega o sol do meio-dia e, no resto do dia, só claridade.”
COMO E ONDE TER SEUS EXEMPLARES
Daniela sugere que a planta seja comprada jovem, com cerca de 70 cm de altura, e alerta que esta espécie gosta de solo úmido e com boa matéria orgânica. “Ou a pessoa aduba com frequência ou coloca em solo já rico naturalmente. Não pode ser terra seca; neste tipo de solo, não vai para frente, não vai dar flor mesmo que regue.” Ela acrescenta que, se o plantio for feito corretamente desde o início, ela durará muitos anos. “Quem não tem solo saudável, sugiro utilizar um pouco de composto que se compra em lojas especializadas – serragem com fibra de coco – que absorve a água e mantém a raiz úmida por mais tempo, sem necessidade de troca do solo”, completa.
“A planta deve ser cultivada a pleno sol ou meia-sombra, preferindo temperaturas elevadas e umidade alta.”
Frequente no paisagismo, a orquídea-bambu pode compor renques e jardineiras, acompanhar muros, paredes, fazendo canteiros laterais de recuo ou formar conjuntos isolados em jardins; ou seja, como bem define Daniela, ela é um curinga. “Não tem nada com o que ela não combine. Ela orna com muitos tipos de jardins, desde orientais, com mudas mais podadas, pinheiros e azaleias, pois ela é delicada; com tropicais, ao lado de helicônias e palmeiras; como pode ser um detalhe em um jardim mais clássico, em companhia de buxinhos; ou até mesmo em espaços mais modernos, com viburno formando quadrados.”
“A Arundina graminifolia é única e, diferentemente de outras orquídeas, não possui híbridos devido às suas características naturais.”
Ela também pode florir e enfeitar todos os vasos; neste caso, a paisagista alerta que eles devem ser grandes, com no mínimo 60 x 60 cm. Apesar de não importar o formato, ela diz que, no quadrado, a planta irá se ramificar melhor. “A raiz gira quando chega na borda de um vaso. No redondo, ela não encontra um fim; já no quadrado, ao achar a terminação, ela se ramifica sem girar.” Isso cria maior quantidade de terminações, fazendo com que ela absorva mais elementos ao invés de perder tempo para encontrá-los. Portanto, na dúvida, fique com o quadrado.
DIFERENTE, PORÉM IGUAL
Distintamente de outras espécies de orquídeas, a Arundina não possui híbridos. Souza explica que este fato se dá devido a algumas de suas propriedades. “O gênero é único, mas antigamente ela teve várias denominações, por isso temos Arundina bambusifolia, Arundina speciosa, Donocopsis laotica e outros nomes. Muito embora ela seja uma planta bonita, suas flores são efêmeras, não sendo muito atraente para se produzir híbridos para interior que exigem flores mais perenes. Portanto, não há, até o momento, cruzamentos conhecidos deste gênero.”
Mas, como toda orquídea, a Arundina tem seus inimigos, e os principais são os mais comuns entre outras espécies, como pulgões e cochonilhas em geral. “Seu combate normalmente é feito com inseticida de contato, que já é bem eficiente, pois elas são naturalmente resistentes a diversas pragas”, explica Souza.
Texto Carolina Pera